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Agarrar e pegar: o papel da coordenação motora fina

Quando treinamos o alcance e a forma como pegamos as coisas, também treinamos nosso cérebro. Por isso somos estimulados a manusear objetos desde a primeira infância, consolidando um conhecimento importante para a coordenação motora fina. E, levando em conta que a coordenação motora fina é requerida para funções corriqueiras, como levar um copo à boca, é de suma importância que essa atividade cerebral seja treinada. Mas, até bem recentemente, não se sabia como, nem por que, esse treinamento ocorria.

Na semana passada pesquisadores do Biozentrum da Universidade de Basel descobriram um grupo de células nervosas no núcleo vermelho, uma região do mesencéfalo cerebral, que está diretamente conectada às atividades que requerem coordenação motora fina. Eles também mostraram como essas tarefas promovem a reorganização plástica dessa região do cérebro.

O bom desempenho requerido pelo cérebro é uma habilidade que pode ser aprendida e treinada. Os pesquisadores identificaram o núcleo vermelho, uma região do mesencéfalo que controla o movimento motor fino, e uma nova população de células nervosas que muda quando a coordenação motora fina é treinada. Quanto mais a capacidade de pegar coisas for praticada mais as conexões entre os neurônios desse grupo de células nervosas são fortalecidas.

O núcleo vermelho, uma região pouco investigada do cérebro

Agarrar é uma habilidade que pode ser treinada e melhorada, mesmo em adultos. Para os músculos realizarem um movimento corretamente, os comandos cerebrais devem ser transmitidos através da medula espinhal. O núcleo vermelho, que ao longo dos anos recebeu pouca atenção na pesquisa do cérebro, desempenha um papel importante na coordenação motora fina.  É nessa região que o cérebro aprende novas habilidades motoras.

Habilidades motoras finas melhoradas através de mudanças no cérebro

A equipe de pesquisa caracterizou uma dessas populações de neurônios e demonstrou que aprender novos movimentos fortalece as conexões entre os neurônios individuais.

Ou seja, ao aprender novas habilidades motoras, a coordenação desse movimento específico é otimizada e armazenada no cérebro como um código. Assim, fica demonstrada também a capacidade de adaptação do núcleo vermelho.

Resta agora investigar a estabilidade dessas conexões fortalecidas de células nervosas no núcleo vermelho e descobrir até que ponto elas regridem quando os movimentos motores finos aprendidos não são praticados. Os resultados também podem fornecer novos insights sobre a compreensão da doença de Parkinson, em que os indivíduos afetados sofrem distúrbios motores. A equipe espera descobrir se as conexões neuronais no núcleo vermelho também mudaram nesses pacientes e até que ponto o treinamento motor fino pode restabelecer a rede neuronal.

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