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China ambiciona ‘sol artificial’ para gerar energia

A China afirma estar perto de criar um sol artificial. É assim que está sendo chamado o reator como o qual o país pretende gerar energia limpa e inesgotável por meio de fusão nuclear – uma ambição alimentada por vários outros países. O equipamento chinês se chama, na verdade, HL-2M Tomakak, e entrou em funcionamento em dezembro.

O reator da China seria capaz de gerar temperaturas de até 145 milhões de graus Celsius. Para se ter uma ideia do que representa essa potência, o núcleo do Sol é capaz de atingir 15 milhões de graus Celsius, ou seja, quase dez vezes menos.  O “sol artificial” da China está localizado em Chengdu, capital da província de Sichuan, no sudoeste do país.

A fusão nuclear é um processo em que os núcleos de dois átomos leves se unem e formam um núcleo mais pesado. Essa reação libera uma grande quantidade de energia. É o que acontece no Sol e nas estrelas, onde a cada segundo milhões de reações desse tipo acontecem.

O objetivo da fusão nuclear é esquentar um gás de hidrogênio a mais de 100 milhões de graus Celsius até que ele forme uma nuvem fina, chamada plasma. A partir daí, o desafio é controlar esse plasma por meio de fortes ímãs para que os átomos se fundam e liberem energia.

Esse processo é considerado uma forma eficiente de proteger o meio ambiente, porque libera uma quantidade pequena de carbono e resíduos. Com isso, permitiria abandonar o uso de combustíveis fósseis, que liberam muito carbono e contribuem para a mudança climática.

 

DESAFIO É GERAR ENERGIA SUFICIENTE

Os equipamentos capazes de aproveitar a energia da fusão nuclear – como faz o da China – são chamados de tokamak. A Companhia Nacional Nuclear da China informou que o HL-2M é seu mais avançado tokamak, com capacidade para  processar o dobro do plasma de outros reatores do país.

“É um importante equipamento de apoio para alcançar o avanço da China em energia de fusão nuclear”, disse a companhia em comunicado. A empresa considerou a máquina indispensável para utilizar a tecnologia do Reator Termonuclear Experimental Internacional (Iter, na sigla em inglês).

O Iter está sendo construído na França. É o maior projeto de fusão nuclear do mundo, associando União Europeia, Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Japão, Índia e Rússia. O objetivo ali é produzir 500 MG de energia até 2025. Com isso, poderia abastecer 200 mil casas, embora não seja essa a intenção, mas sim tornar-se o primeiro equipamento de fusão nuclear que gera mais energia do que consome.

A dificuldade de tornar a energia de fusão nuclear comercialmente viável está justamente na incapacidade de gerar energia suficiente. Os tokamaks consomem mais energia do que produzem.

Alguns especialistas reagiram com ceticismo aos avanços anunciados pela China. “Não estou muito animado”, afirmou à BBC Chary Rangacharyulu, físico nuclear da Universidade de Saskatchewan, no Canadá. Segundo ele, o alto custo e a demora para produzir modelos experimentais não o convencem de que esses reatores sejam uma solução para o problema energético mundial.

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