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Israelenses vacinados ganharão ‘passaporte verde’

Numa estratégia para motivar quem ainda duvida da eficácia das vacinas contra a Covid-19, Israel anunciou que emitirá “passaportes verdes” para aqueles que comprovarem ter tomado as duas doses da vacina – no caso, a da Pfizer/BioNtech. O documento permitirá ao portador frequentar cinemas, teatros, bem como assistir a espetáculos de música a eventos esportivos. Também isentará de quarentena quem estiver voltando de viagem ao exterior.

O passaporte verde terá validade de seis meses. Também será oferecido aos israelenses um documento comprovando teste com resultado negativo, válido por 72 horas.

Israel tem 46,7% de sua população vacinada, o maior percentual no mundo. Com 4 milhões de seus 9,3 milhões de habitantes imunizados, está em quarto lugar na classificação de países com mais pessoas vacinadas. Os Estados Unidos lideram o ranking, com 23, 5 milhões de imunizados, seguidos da China, com 15 milhões, e Reino Unido, com 7,3 milhões.

Desde que deu início à vacinação, em 20 de dezembro, o governo israelense observou uma queda de 60% em internações e casos graves de idosos.

Não foi por acaso que as autoridades israelenses recorreram à criatividade para estimular a população a se imunizar. Uma pesquisa da Universidade de Haifa mostrou que apenas 20,3% dos judeus e 16% dos árabes – menos de um quinto da população – se dispunham a estar entre os primeiros a tomar a vacina.

 

DESEMPENHO DO GOVERNO RENDE ELOGIOS

Se no início da pandemia o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu parecia assumir uma postura negacionista, hoje ele se mostra um entusiasta da ciência e da imunização em massa. Fez da campanha de vacinação sua mais importante bandeira e se tornou o primeiro chefe de Estado vacinado no mundo – em 19 de dezembro, ao abrir a campanha.

“Estamos quebrando todos os recordes” festejou o premier. Sua expectativa era vacinar 1,8 milhão de israelenses até o fim de janeiro e mais 6 milhões até a eleição de 23 de março, o quarto pleito em que concorre em dois anos.

Os israelenses dispõem de quatro sistemas de saúde gratuitos com experiência em atendimento em massa. A eficiência das autoridades sanitárias é favorecida também pelo tamanho do país, equivalente ao do Sergipe, e pelo bom desempenho do Exército no transporte do imunizante, que exige difícil logística – as vacinas da Pfizer precisam estar armazenadas a 70 graus negativos.

Segundo o escritor e colunista Ben-Dror Yemini, o premier fez contato direto com as empresas farmacêuticas fabricantes da vacina, às quais pagou US$ 30 por dose, o dobro do valor gasto em países europeus. “Pode-se criticá-lo por muita coisa, mas nesse caso ele agiu certo”, comentou o colunista. “Somos bons em administrar a ‘bagunça’, improvisar e encarar riscos. Enquanto na França cada vacinado tem que assinar um termo de 42 páginas, aqui as pessoas assinam uma página só e tudo demora poucos minutos.”

Com toda a agilidade do governo, o primeiro lote das vacinas da Pfizer acabou na primeira semana de janeiro, com um ritmo de imunização de 150 pessoas por dia. O premier conseguiu mais 1 milhão de doses em 10 de janeiro. A divulgação pelo governo da eficácia da vacina também ajudou a tornar a campanha de vacinação israelense um modelo para o mundo.

 

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