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Mutações em nosso DNA determinam resistência a doenças

Algumas das mesmas mutações que permitem aos seres humanos evitar infecções mortais também nos tornam mais propensos a desenvolver doenças inflamatórias e autoimunes, como a doença de Crohn. No geral, evidências sustentam que o sistema imunológico humano ainda está evoluindo, dependendo da localização ou estilo de vida da pessoa.

No passado, a expectativa de vida das pessoas era muito menor, por isso algumas doenças inflamatórias e autoimunes que podem aparecer na segunda metade da vida não eram tão relevantes. Agora que vivemos muito mais, pesquisadores podem ver as consequências das infecções que aconteceram no passado, e como elas afetam nosso sistema imunológico.

 

O papel das inflamações

Uma das melhores defesas do corpo contra doenças infecciosas é a inflamação. Com o passar dos anos, o DNA de pessoas de diferentes comunidades comumente infectadas por doenças bacterianas ou virais é alterado, permitindo que as inflamações dessem conta dos patógenos. Embora essas mudanças dificultassem a infecção de certos patógenos, elas também estavam associadas ao surgimento gradual de novas doenças inflamatórias, como a doença de Crohn, o lúpus e a doença inflamatória intestinal.

Segundo os pesquisadores, parece haver um equilíbrio entre as respostas imunológicas e as doenças autoimunes. Os seres humanos evoluem para criar defesas contra doenças, mas não somos capazes de impedi-las de existir, então o benefício que obtemos por um lado também nos torna mais sensíveis a novas doenças. Hoje, estamos sofrendo ou nos beneficiando das defesas embutidas em nosso DNA pelo sistema imunológico de nossos ancestrais, combatendo infecções ou nos acostumando a novos estilos de vida.

Por exemplo, o parasita da malária infectou populações africanas por milhões de anos. Por esse motivo, os processos evolutivos selecionaram pessoas com DNA que favorecem a resistência a infecções, causando mais inflamação no corpo. Ao fazer isso, isso também contribuiu para tornar os africanos modernos propensos ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a aterosclerose, mais tarde na vida.

 

Doenças civilizatórias

Os efeitos colaterais negativos das mudanças no sistema imunológico de cada população são uma descoberta relativamente recente. Essas tecnologias também estão revelando como nosso sistema imunológico está evoluindo em tempo real devido às mudanças no estilo de vida moderno. As tribos africanas que ainda praticam a caça têm maior diversidade bacteriana do intestino do que pessoas com ascendência africana que consomem alimentos comprados em lojas. Além disso, as mudanças nos padrões de higiene nos últimos dois séculos melhoraram o saneamento, a água potável e a coleta de lixo, além de reduzir a exposição a patógenos infecciosos.

À medida que os seres humanos se movem em direção a alimentos processados ​​e padrões mais rígidos de higiene, seus corpos se adaptam desenvolvendo o que os pesquisadores chamam de “doenças civilizatórias”, como o diabetes tipo 2.

Ou seja, mudanças no estilo de vida e naturezas ecológicas podem realmente diferir e influenciar as respostas imunes. E nossos corpos evoluem em tempo real, conforme o meio ambiente se modifica.

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