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O equilíbrio entre feminino e masculino no homem moderno

O planeta sempre esteve em constante mudança, mas a rapidez com que elas vêm ocorrendo torna urgente que os olhos se abram para certas evidências. Vivemos uma nova era, mais colaborativa e participativa, e nela o equilíbrio entre o feminino e o masculino em cada um faz-se mais do que essencial.

“Ser um homem feminino não fere o meu lado masculino”, já cantava Pepeu Gomes. Mais do que nunca os homens precisam trabalhar esse outro lado que trazem em si. Como as mulheres bem fizeram com sua vertente mais “máscula”, principalmente nas últimas décadas.

Todos temos energias masculinas e femininas em nossos corpos, afinal, nascemos da união entre um homem e uma mulher. Herdamos os dois padrões genéticos. Completo e saudável é quem se vale dessas duas energias de forma equilibrada. Aquele capaz de cuidar das coisas práticas e materiais (energias masculinas) sem perder a habilidade de amar, sentir, ser e mostrar-se vulnerável e ainda saber se relacionar (femininas).

Depois de séculos de luta, as mulheres ampliaram seu espaço e seus domínios. Sem precisar encampar o modelo masculino retrógrado. A topologia do varão macho alfa segue em vertiginoso declínio. Questiona-se a doutrina patriarcal da cultura ocidental. Mutilado dos falsos dogmas que o protegiam, o velho homem vem dando lugar a um novo.

Esse novo, porém, precisa olhar mais para dentro. Caso contrário dificilmente a mudança que tanto se faz necessária no planeta acontecerá. A nova ordem mundial busca aquilo que todo homem abriga em si de mais belo mas tem receio de expor. Caso reconheça e enalteça a sua porção oculta de feminilidade, ele compreenderá melhor não apenas a mulher como a própria sexualidade.

O homem do tipo feminino é o mais macho da história da humanidade. Pode apresentar gordurinhas localizadas, estar careca, ser sensível, ter mãos leves, mas na hora certa faz sexo selvagem. É viril, mas se emociona e chora se tiver vontade. Conversa, escuta, faz carinho e não dá ouvidos ao Clube do Bolinha dos garanhões solitários que perdem salários no vazio existencial dos motéis. Doma os desejos, valoriza os bons momentos e sentimentos mais profundos. Exercita a mente, porventura o corpo, sem atrofiar o coração. Troca a frieza e o desinteresse pelo romantismo e o fascínio de aprender. Paga a conta, mas aceita dividir. Não se afirma como provedor, e sim como parceiro. É companheiro e beija amigos no rosto. Veste camisa rosa, tem amigas mulheres, não saca nada de futebol nem se envergonha por não saber dirigir. Trabalha em casa, troca fraldas e coopera com as tarefas domésticas. Impossível ser mais homem do que ele.

Por tudo isso – ou para tudo isso – é importante que invista em autoconhecimento. Algo ainda pouco explorado entre os homens. Em cursos voltados para essa questão, para se ter ideia, a presença masculina não chega a 10%. Ele precisa entender que se conhecer mais e melhor não é sinal de fraqueza, pelo contrário. Aumenta a chance de melhorar sua vida pessoal e o convívio com as pessoas ao redor. Os opostos se atraem é uma frase que já era. Quanto mais semelhantes, maior a sintonia. O verdadeiro amor não está relacionado a conversa, menos ainda a DRs. Ele se mede pelo grau de intimidade e pela conexão do casal.

Marcos Eduardo Neves é jornalista, escritor e publisher da Approach Editora. É autor de Nunca houve um homem como Heleno (Zahar), entre outros livros. 

 

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