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Pensamento criativo não é uma questão de idade, e sim de abordagem

Muitos de nós acredita que exista uma janela para a criatividade, cujo maior período de atividade seria durante a juventude, ou seja, antes de completarmos 30 anos e ingressarmos na idade adulta. No entanto, um novo estudo sobre os vencedores do Prêmio Nobel de Economia demonstra que existem dois ciclos de criatividade diferentes na vida: um que atinge as pessoas no início de sua carreira e outro em um período mais avançado de suas vidas.

Verificou-se que os vencedores do Prêmio Nobel ou ganhavam o prêmio entre seus 20 anos, ou na meia-idade, com mais de 50 anos. Esse padrão é verificável não apenas para os economistas, mas à criatividade de forma geral.

Isso acontece porque existem dois tipos diferentes de criatividade. Quem atinge o ápice da carreia aos 20 anos são os inovadores “conceituais”. Essas pessoas são avessas às regras do jogo, desafiando conhecimentos estabelecidos. Também são pessoas mais propensas a apresentar ideias disruptivas de repente e, conforme envelhecem, as estabelecem como práticas correntes do seu campo de estudo.

Mas, segundo os pesquisadores, há outro tipo de criatividade, encontrada entre os inovadores “experimentais”. Esses inovadores acumulam conhecimento por meio de suas carreiras e encontram maneiras inovadoras de analisar, interpretar e sintetizar essas informações. Como sua metodologia de estudo demanda tentativa e erro, são necessários longos períodos de tempo para que as inovações experimentais importantes sejam comprovadas. Daí o motivo desses cientistas serem laureados com um Nobel tardiamente em relação aos inovadores conceituais.

Essa classificação foi baseada em características específicas e objetivas do trabalho mais importante dos laureados, indicativos de uma abordagem conceitual ou experimental. Por exemplo, economistas conceituais tendem a usar suposições, provas e equações e têm um apêndice matemático ou uma introdução aos seus trabalhos. Os economistas experimentais dependem da inferência direta dos fatos, de modo que seus trabalhos tendem a ter mais referências a itens específicos, como locais, períodos de tempo e indústrias. Depois de classificar os laureados, os pesquisadores determinaram a idade em que cada cientista fez sua contribuição mais importante para a economia e poderia ser considerada seu pico criativo.

A maioria das outras pesquisas da área estudou as diferenças nas épocas de pico de criatividade entre disciplinas, como física versus ciências médicas. Esses estudos geralmente encontram pequenas variações entre as disciplinas, com a criatividade atingindo o máximo de 30 a 40 anos na maioria dos campos científicos, pois atribuem as diferenças nos picos criativos à natureza dos próprios campos estudados, e não aos cientistas. Essa pesquisa sugere que a criatividade é fruto da abordagem adotada, e não consequência do campo científico analisado.

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