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Sobre meninos e homens

Existem homens que não passam de meninos. Não amadureceram, têm síndrome de Peter Pan. Alguns podem estar passando por um período atípico, de transição, quebrados emocional ou estruturalmente a ponto de perder o foco quanto à própria identidade e valores, mas, em geral, não têm mesmo ainda honra a defender.

De igual forma, há mulheres que só as são da aparência para fora. No âmago da relação, fogem das atitudes que se deve tomar, feito garotas mimadas. Ou se acham o centro do universo ou tiram o corpo fora de mergulhos densos, pulando de relação em relação até envelhecerem. Podem até ter potencial, mas julgam ser mais evoluídas do que de fato estão.

Em relacionamentos afetivos há sinais que mostram se você é um homem ou menino – ou mulher ou menina. O principal ponto é que, se algo não está bom, há de ser dito de imediato. E discutido. Fingir que nada de ruim está acontendo é dar tiro nos pés.

Os problemas do casal devem ser encarados de frente. É preciso coragem para resolver na origem certas questões. Uma simples mudança de postura pode resolver. O mais comum são as desgastantes mas necessárias DRs.

Homem que é homem não foge do papo. Nem mulher de verdade. Querer que o outro adivinhe o que está se passando é demais, nem sempre acontece. É preciso por as cartas na mesa. Com ambos tendo direito à defesa.

Numa relação, nenhuma – eu disse nenhuma! – das partes diz sempre a verdade. Tanto em relação aos sentimentos quanto em relação ao dia a dia. Isso não é ruim, pelo contrário, é saudável. Que homem gostaria de saber que sua mulher foi cantada pelo cliente ou pelo chefe no WhatsApp? Que mulher admitiria conversas paralelas nas mensagens diretas de rede social entre seu parceiro e outras mulheres tão atraentes ou mais?

Também não se deve acreditar de cara em tudo o que sua namorada ou namorado fala. Você pode fazer uma pergunta que já sabe por outras vias a resposta e vê-la mentir descaradamente, com uma naturalidade tântrica. Pronto, pilar abalado para sempre. Se a base de um relacionamento é a confiança, não arrisque mentir. É sempre bom manter um olho aberto. Conheço casos de namorados onde só um deles deu a senha do celular para o outro. Num caso em que se precisou da senha do parceiro, o outro não sabia. Quem não deve não teme.

Fazer todas as vontades do outro é um equívoco gigante. Ou você pode virar uma espécie de diarista ou escravo sexual. Mulheres dependentes ou homens que têm medo infantil de perder a companheira não se impõem e cedem mais do que deviam. Há de se haver um equilíbrio. Os dois precisam estar satisfeitos.

Falar de ex é outro mal. Na busca por cumplicidade, certos casais soltam a língua e dizem demais do passado no começo. Que mulher gostaria de saber que outra é melhor na cama do que ela? Que homem resiste a cantadas disfarçadas de curtidas no Facebook? Certamente haverá ciúmes, e consequentemente os dois lados investigarão perfis do outro em busca de rastros. E quem procura, acha.

Falar da boca para fora também é errado. Algo dito que não é cumprido desvaloriza a pessoa que assumiu o compromisso. Outra coisa, é preciso dar atenção. Não deixar a pessoa para lá quando ela mais precisa do seu apoio. Ele te deu as mãos num momento de extrema importância para ti, não se omita depois, justamente quando ele necessitar. Não é estar o tempo todo ao lado, como se a pessoa fosse a salvação da sua vida. Ao parceiro basta se sentir amado. Indiferença, frieza, excesso de dedicação, tudo atrapalha.

Por mais que diga o contrário, a pessoa pode não estar tão na tua assim. De repente nem te ama, apenas está dependendo de você por alguma questão. Geralmente, conforto ou necessidade. Quem ama, cuida. Se você tinha um showzaço para ver da sua banda predileta e os dois discutiram pouco antes em casa, não saia. Fique, chame para a conversa. Durma ao lado dela, desfaça o imbróglio. Amar é conseguir se colocar no lugar do outro.

Homens não tratam a mulher como se fosse mãe. Afinal, mãe é tudo santa. Mulher, não. Faça elas perceberem que são importantes, mas não cruciais. Na hora de discordar, discorde. Na hora de chamar a atenção, chame. Na hora de dizer não, diga.

Em geral, mulheres de verdade não querem pai ou provedor. Não fique muito tempo só limpando suas lágrimas, faça-as pegar o lenço sozinha. Deixe-a em casa e saia para assistir ao jogo longe, se ela não faz questão de ver junto. E trate-a na cama como não a trataria jamais em público. Faça-a se sentir uma fêmea. Assim como no quarto você deve fazê-lo se sentir um senhor macho. Esqueça os não-me-toques e permita-se voar, descubra-se, liberte-se. Entre quatro paredes não se deve ser dondoca. Nem tirar forças de um leão a ponto de transformá-lo em cordeirinho.

Elogiar outros homens ou mulheres também não se faz. Por mais lindo, interessante ou gostosa que o cara ou a mina seja, não revele ao outro. Isso tem que ficar somente para você. Afinal, caso você se atente um dia ao fato de que ela ou ele não é um homem ou mulher ainda, e sim um simples menino ou uma reles menina, tais contatos podem muito bem vir a ser útil ao inevitável término da aventura.

Lembre-se, ficar ao lado de um menino não te potencializará como mulher. E insistir com uma menina te inviabiliza como homem.

Por Marcos Eduardo Neves

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