Boas escolhas na alimentação podem impactar na saúde do cérebro
Um estudo da Universidade Harvard T. H. Chan de Saúde Pública em Boston analisou os dados de 27.842 homens de meia idade, acompanhados há 26 anos pela pesquisa, e demonstrou que os que consumiram maiores quantidades de alimentos como verduras verde-escuras, legumes vermelhos, frutas vermelhas e suco de laranja apresentaram menores riscos de declínio de memória e capacidade cognitiva.
O estudo acompanhou a alimentação desses homens a partir de 1986, quando a maior parte dos envolvidos possuía cerca de 50 anos, e foi continuado até 2012, quando os envolvidos já haviam entrado na terceira idade. Os dados coletados servem como evidência que certas escolhas na alimentação impactam diretamente na saúde do cérebro, principalmente em qualidade de vida, cognição e desempenho ótimo das funções mentais.
Para tanto, o grupo estudado foi submetido a um teste subjetivo de função cognitiva (SCF, em inglês) . O objetivo era perceber se os membros de grupo conseguiam discernir problemas de memória e raciocíno em si mesmos, a partir das respostas coletadas em 6 perguntas simples, como “Você consegue se lembrar de uma lista curta de itens, como uma lista de compras?” e “Você tem enfrentado dificuldades em acompanhar diálogos em um programa de televisão devido a problemas com a memória?”. O teste é subjetivo, ou seja, é feito pelo ponto de vista da pessoa que completa o teste, e pode apontar problemas antes que os testes objetivos sejam aplicados.
A partir dos resultados do SCF percebeu-se que a maior parte dos homens que seguia uma dieta rica em frutas, legumes e verduras selecionados relatava 34% menos incidentes de perdas de memória do que os homens que seguiam uma dieta com menor presença desses alimentos, e que apenas 6,6% dos homens que consumiam verduras apresentaram um resultado muito ruim no SCF, em comparação com 7,9% dos outros casos.
No entanto, segundo um artigo da revista Medical News Today sobre o estudo, a conexão entre alimentação e capacidade cognitiva na terceira idade não necessariamente implica uma relação de causa e efeito. O problema é que o estudo, da forma como foi conduzido, não pode fornecer esse tipo de conclusão à comunidade científica, já que a maior parte do grupo de amostragem era composto por homens que possuíam profissões que exigiam um uso avançado das capacidades cognitivas, como cirurgiões dentistas e veterinários. Além disso, a pesquisa foi reduzida apenas a homens, não incluindo mulheres. Mas os resultados sustentam a teoria de que manter uma alimentação rica em frutas, verduras a legumes ajuda a prevenir a perda de memória a longo prazo.