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O impacto ambiental do lixo digital

Quando pensamos em poluição, refletimos principalmente sobre atividades industriais de grande impacto, como as indústrias de materiais plásticos e o mercado agropecuário. Não comentamos muito sobre a pegada ambiental das empresas de tecnologia digital, pois suas atividades são concentradas em serviços intangíveis, como a transmissão de vídeos, músicas e entretenimento em geral.

No entanto, os servidores e dispositivos de rede que transmitem cerca de 1 bilhão de horas de vídeos para celulares e computadores de todo mundo emitem 10 a 20 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono diariamente. A nível de comparação, essa energia seria o suficiente para abastecer toda a energia elétrica de uma cidade de médio porte.

Como fazer para reduzir o impacto ambiental desses serviços?

Os serviços digitais fazem parte de nossas vidas, exercendo uma enorme influência na organização da nossa sociedade no mundo contemporâneo. Mas eles exigem um gasto significativo de energia para serem fornecidos globalmente, não apenas em data centers, mas também em redes, redes móveis e dispositivos finais e, de modo geral, geram uma grande pegada de carbono.

Segundo especialistas da Universidade de Bristol, a solução estaria em alterar a forma como esses serviços são usados.

Não percebemos, mas nem sempre estamos fazendo uso consciente dessas tecnologias. Acessar o YouTube para ouvir músicas, sem assistir os vídeos atrelados, é uma forma comum de produção de “lixo digital”, por exemplo.

Os pesquisadores apontam que as empresas de tecnologia digital poderiam inserir formas mais inteligentes de reduzir esse uso de eletricidade. Como no caso do exemplo descrito, bastaria não enviar imagens ao usuário que opta por escutar música no YouTube, reduzindo consideravelmente a pegada energética.

O investimento em design interativo se tornaria uma demanda ambiental, melhorando a qualidade de vida das pessoas e reduzindo o impacto do mal uso desses serviços.

Problemas de quantificação

Atualmente, os padrões usados ​​pelas empresas para relatar as emissões de carbono não respondem adequadamente por toda a pegada dos serviços digitais. Tais normas incluem emissões associadas à entrega de bens físicos mas não incluem emissões associadas à entrega de serviços digitais por meio da internet e das redes móveis.

Isso está prestes a mudar. As pessoas estão mais conscientes da quantidade significativa do uso de energia dos data centers, e as corporações cada vez mais conscientes da necessidade de mudar suas práticas à luz desses desafios. Tais mudanças climáticas se apresentam à humanidade e ao ecossistema global. Mas para um serviço de streaming como YouTube e Netflix, a maior parte da energia é usada na rede, particularmente na rede móvel.

Dada a dimensão geral da pegada de carbono de tais serviços, é importante que as empresas avaliem e reportem seus avanços. Ao fazer isso, eles conseguem identificar as economias de carbono que podem ser feitas por decisões alternativas durante a execução do projeto, e dessa maneira encontrar alternativas para reduzir sua pegada. Mudar as formas de distribuição, repensar o design de seus dispositivo e combater o desperdício são diretrizes fundamentais para a aplicação dessas políticas de sustentabilidade nas próximas décadas.

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