O conhecimento de que uma dieta rica em sal é prejudicial para a saúde é um fato científico já comprovado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o recomendável é ingerir apenas 5g de sal por dia. Infelizmente, a realidade é muito diferente: em média, homens costumam consumir 10g de sal diariamente, e as mulheres adultas, 8g. Esses números prejudicam a saúde da população e devem ser considerados com seriedade, pois indicam a necessidade da revisão de hábitos de consumo e culturais.
O sal aumenta a pressão sanguínea, tornando maior o risco de ataque cardíaco ou de um acidente vascular cerebral (AVC). Mas, descobriu-se recentemente que o sal é também um inimigo silencioso do nosso sistema imunológico, contrariando a noção anteriormente aceita pela comunidade científica, de que os macrófogos, importantes células imunes que atacam e digerem parasitas são especialmente ativas na presença de sal na corrente sanguínea.
Uma mudança na abordagem
Em parte, essa compreensão mudou quando se verificou que o nosso corpo mantém uma concentração de sal estável no sangue e nos vários órgãos. Caso contrário, processos biológicos importantes seriam prejudicados. A única exceção está no maior órgão do nosso corpo: a pele, que funciona como um reservatório de sal.
No entanto, outras partes do corpo não são expostas ao sal adicional consumido com os alimentos. Em vez disso, essa sal é filtrado pelos rins e excretado na urina. Nesse momento, entra em ação um sensor de cloreto de sódio que ativa a função de excreção de sal pelos rins. Como efeito colateral indesejável, no entanto, esse sensor também faz com que glicocorticoides se acumulem no corpo. E esses, por sua vez, inibem a função dos granulócitos, o tipo mais comum de célula imune no sangue.
Granulócitos, como macrófagos, são células que capturam, digerem e eliminam corpos estranhos no nosso sangue. No entanto, eles não atacam parasitas, mas principalmente bactérias. Se eles não forem capazes de agir com eficácia, ficamos mais expostos a doenças e infecções, prejudicando consideravelmente nosso bem-estar.
Portanto, é importante parar de consumir sal em excesso não apenas pela sua saúde cardiovascular, mas também pela saúde imunológica. No geral, evite alimentos ultraprocessados, prepare suas próprias refeições sempre que possível e procure ler as informações nutricionais com atenção.