A busca por intervenções em doenças demencias é uma urgência com o envelhecimento da população mundial. Pesquisas recentes ajudaram os cientistas a entender melhor a gênese molecular da doença de Alzheimer, com esforços para detectar a condição antes que os sintomas surjam.
Atualmente, pesquisadores de todo o mundo tentam determinar se o exercício pode ser a primeira intervenção para a prevenção dessa doença. Há evidências crescentes de que a prática regular poderia, pelo menos, desempenhar um pequeno papel no adiamento ou na redução do risco de doença de Alzheimer.
Pesquisas recentes apontam que o exercício aumenta o fluxo sanguíneo em duas regiões principais do cérebro associadas à memória. Esse fluxo pode ajudar pessoas idosas com problemas de memória a melhorar a cognição, indicando uma descoberta animadora para o tratamento de doenças degenerativas, como o Alzheimer.
A ideia é desenvolver esse hábito como estratégia para prevenir ou retardar sintomas de doenças cognitivas e, no futuro, desenvolver procedimentos que direcionem com segurança o fluxo sanguíneo para essas regiões do cérebro.
O estudo documentou alterações na memória de longo prazo e no fluxo sanguíneo cerebral em 30 participantes, cada um com 60 anos ou mais e com problemas de memória. Metade deles foram submetidos a 12 meses de treinamento com exercícios aeróbicos, e a outra metade, apenas alongamentos.
O grupo de exercícios mostrou uma melhora de 47% nos escores de memória após um ano, em comparação com uma mudança mínima nos participantes do alongamento. As imagens cerebrais do grupo de exercícios, tiradas em repouso no início e no final do estudo, mostraram o aumento do fluxo sanguíneo no córtex cingulado anterior e nas regiões neurais do hipocampo que desempenham papéis importantes na função da memória.
Essa descoberta poderá ser usada com outras estratégias de intervenção para preservar a função cerebral em pessoas com comprometimento cognitivo leve. No geral, iniciar um programa de condicionamento físico pode trazer benefícios ao longo da vida tanto para o cérebro quanto para o coração.