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A representatividade importa para a mudança de hábitos alimentares

Ao perguntar para mulheres de baixa renda com sobrepeso ou obesidade quem elas gostariam de ver em vídeos promovendo comportamentos saudáveis, a resposta foi unânime: todas queriam se ver, ou seja, receber essas mensagens de outras mulheres que participavam dessa mesma realidade social, e que conseguiram adotar hábitos alimentares mais saudáveis.

Uma pesquisa recente comprovou que a representatividade importa para mudar os hábitos alimentares das pessoas, e que uma abordagem positiva rende resultados melhores para a saúde pública.

Para chegar a este resultado, foi feita uma intervenção com um grupo de mães em bairros de baixa renda nos Estados Unidos. O grupo assistiu vídeos promovendo hábitos de alimentação mais saudáveis estrelados por mulheres com um histórico de vida semelhante ao delas, e teve resultados mais positivos na mudança do estilo de vida do que outro grupo de mulheres, que se informou através de materiais impressos.

O poder da representatividade

O estudo foi desenvolvido para gerar valores pessoais das participantes, e incutir nessas pessoas a confiança necessária para assumir o desafio de viver uma vida mais saudável. A representatividade contribuiu também para que o vídeo fosse comentado por mais tempo pelas participantes do estudo, que passaram em média 16 semanas conversando sobre o material entre si.

Segundo os pesquisadores, isso se dá porque as pessoas nem sempre sabem o que fazer para mudar seu estilo de vida. Um direcionamento positivo, que evoque os valores do grupo, tende a fomentar um impacto duradouro, e a realmente operar uma transformação positiva numa população marginalizada, que não se vê representada pelo conteúdo publicitário padrão.

Os dois fatores psicossociais examinados neste estudo são a motivação autônoma (o que é importante na vida de uma pessoa) e autoeficácia (confiança de uma pessoa em sua capacidade de realizar um comportamento ou tarefa).

Neste estudo, as participantes disseram aos pesquisadores em grupos focais antes do início da intervenção que elas queriam ser modelos para seus filhos. Elas esperavam estar menos estressadas ​​e felizes, e manter boas relações familiares.

Uma surpresa positiva

Nos vídeos, as mulheres usavam roupas casuais e contavam suas histórias, sem roteiro. Elas demonstraram a preparação das refeições com familiares e mostraram que etapas simples e práticas, como ler os rótulos dos alimentos, poderiam gradualmente levar a um estilo de vida mais saudável.

Nesses vídeos, foi ressaltada a importância de lidar mentalmente com a mudança de comportamento, mesmo que os resultados não sejam visíveis de imediato. Nas conversas, as participantes também comentaram abertamente sobre o medo de falhar, uma abordagem que contribuiu para aumentar sua autoconfiança e fortalecer os vínculos do grupo. Isso reduziu também os níveis de estresse das participantes, fator preditivo para comportamentos pouco saudáveis, que levam ao sobrepeso.

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