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Neurocientista prevê o fim da supremacia masculina

O antropólogo e neurocientista americano Melvin Konner tem provocado reações adversas e instigado a curiosidade por conta de suas perspectivas de evolução altamente favoráveis às mulheres. Em seu livro Women After All, esse ex-professor de Harvard afirma que estamos vivendo o começo do fim da supremacia feminina, que as mulheres são biologicamente superiores aos homens e que futuramente poderia haver reprodução humana sem a participação masculina.

Em entrevista ao El País, Konner contou: “Tive problemas por dizer que as mulheres são superiores. Me acusaram de sexismo inverso, de estigmatizar um grupo de pessoas.”  Ele disse ter se inspirado nas constatações do antropólogo inglês Ashley Montagu (1905-1999). No livro A superioridade natural da mulher, Montagu afirma que as mulheres vivem mais tempo que os homens, criam uma nova vida em seus ventres e, por terem dois cromossomos X, têm menos doenças genéticas.

“Acrescento a esses fatos biológicos fundamentais certos aspectos comportamentais, alguns deles também baseados na biologia”, prosseguiu Konner. “Em especial, o de que em todos os países e culturas os homens cometem 90% da violência e 95% das agressões sexuais. Além disso, os homens reivindicaram uma superioridade sobre as mulheres durante tantos séculos que pensei que era hora de virar o jogo e mostrar as evidências do outro lado. Vamos, rapazes, tenham senso de humor!”

Segundo o neurocientista, a diferença cromossômica resulta em diferenças hormonais e cerebrais, embora a cultura e a educação também influenciem quem somos. O predomínio dos homens ao longo da história privou as mulheres da chance de se sobressair em muitos aspectos, mas em características como violência e exploração sexual devemos considerar a biologia, analisou ele, para emendar:

“Esses não são traços desejáveis, e temos cada vez mais evidências de que as diferenças hormonais, assim como certas formas em que os hormônios afetam o cérebro no início da vida, podem nos ajudar a responder à pergunta que tantas mulheres têm feito a si mesmas: ‘O que acontece com os homens!?’

 

‘A VIDA SERÁ MAIS SEGURA PARA AS MULHERES’

No que chamou de “fantasia biológica com certa conexão com a realidade”, Konner disse acreditar que, futuramente, a ciência permitirá a mistura dos genes de duas mulheres. “Mas, felizmente para nós, há muitas mulheres que gostam dos homens por este ou aquele motivo, então acredito que elas vão querer nos manter por perto”, acrescentou.

“Estamos no começo do fim da supremacia masculina, que poderia levar décadas, mas acho que estamos no processo”, disse Konner. “Minha neta Hannah, chamada assim por [causa de] minha mãe, terá uma vida que será tão diferente da vida de sua xará, com muitas outras possibilidades, que minha mãe ficaria assombrada e a observaria com orgulho.”

Para o antropólogo, ainda há um longo caminho para que as mulheres assumam uma supremacia na liderança, “mas as tendências são favoráveis em muitos países”.  Ele não duvida de que “a vida será mais segura para as mulheres. Elas terão mais capacidade de fazer frente ao abuso, terão mais educação e oportunidades econômicas para proteger sua saúde e segurança, criarão coalizões entre elas que as tornarão menos vulneráveis a certos tipos de homens.”

“Além de minhas três filhas e minha neta, também tenho um filho e dois netos”, disse Konner. “Quero que eles tenham sucesso, uma boa vida. Mas acredito que o mundo será um lugar mais seguro para eles se as mulheres ganharem mais influência. Pode haver menos guerras.”

Quanto aos homens, ele afirmou que caberão os papeis de parceiro, colaborador e, por vezes, líder e seguidor. Eles “contribuirão com ideias e soluções que são diferentes das que as mulheres podem encontrar, não porque tenham melhores mentes, mas porque homens e mulheres, por muitas razões, pensam de forma um tanto diferente”.

 

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