O QUE VOCÊ PROCURA?

“Bacterioterapia” na cura de alergias

Alergias alimentares são um motivo muito comum para hospitalização. Atualmente, a única maneira de impedir com sucesso uma reação alérgica é evitar completamente os gatilhos alimentares. Mas, recentemente, pesquisadores estão buscando ativamente novos tratamentos para prevenir ou reverter alergias alimentares em pacientes.

Informações recentes sobre nossa flora intestinal sugeriram que um microbioma alterado pode desempenhar um papel central no desenvolvimento de alergias alimentares. Um novo estudo identifica quais espécies de bactérias no intestino dos bebês os protegem contra alergias alimentares, associando essas alergias a uma resposta imune alterada. Em estudos pré-clínicos, a equipe descobriu que, ao fornecer uma formulação oral enriquecida de cinco ou seis espécies de bactérias encontradas no intestino humano é possível reverter essas alergias, reforçando a tolerância a alérgenos alimentares.

Isso representa uma mudança radical na abordagem terapêutica para alergias alimentares. Foram identificados os micróbios associados à proteção e os associados a alergias alimentares em pacientes. Se as bactérias foram administradas de forma terapêutica, não apenas podemos impedir que alergias alimentares aconteçam, mas podemos reverter alergias alimentares existentes. Com esses micróbios, seria possível reiniciar nosso sistema imunológico.

Para tanto, os pesquisadores usaram abordagens computacionais a fim de restringir um grupo específico de micróbios que estão associados a um efeito protetor. Para entender como as espécies de bactérias podem estar influenciando a suscetibilidade à alergia alimentar, a equipe também analisou alterações imunológicas, tanto em bebês humanos quanto em ratos. Eles descobriram que os grupos bacterianos Clostridiales e Bacteroidetes tinham como alvo duas importantes vias imunológicas e estimularam os linfócitos-T, uma classe de células que modulam o sistema imunológico, alterando seu perfil para promover respostas tolerantes em vez de respostas alérgicas.

A nova abordagem representa um contraste marcante com a imunoterapia oral, uma estratégia que visa aumentar a tolerância do paciente ao alérgeno pela constante e reduzida introdução do gatilho no organismo. Ao contrário dessa abordagem, a bacterioterapia altera a constituição do sistema imunológico de uma maneira geral.

COMPARTILHE

logo_busca

Mais resultados...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors