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Caminhos de uma especialista para sair da depressão

O ano de 2011 foi um divisor de águas na vida da carioca Valentina Seabra. Ela havia concluído uma formação em moda e teatro e vivia a personagem Maria Meira em Malhação, na TV Globo. Na época, também acompanhava de perto a depressão do pai, concentrado em ganhar dinheiro e consumindo cada vez mais álcool e drogas. Foi quando se deu a tragédia: seu pai se matou com um tiro na cabeça. “Precisei passar por uma coisa dessas para entender que precisava mudar”, diz ela.

Entre sucumbir à tristeza e dar a volta por cima, Valentina escolheu a segunda opção. Em 2013, partiu para Houston, Texas, a fim de fazer um curso de coaching executivo, que a credenciou para exercer a atividade de coach de processos regenerativos. “Meu trabalho passou a ser facilitar os processos das pessoas para mudarem para melhor”, explica.

Seu atendimento demora de três a quatro meses. Alia terapias holísticas, psicologia positiva e o método Gaia Education, de facilitação de mudanças. Nesse conjunto, ela encontrou a vocação de ajudar o outro.

Com o isolamento social decorrente da pandemia do coronavírus, a clientela tem aumentado. “Tem muita gente aflita”, afirma.

Neste Setembro Amarelo, Valentina explica ao Revolution Club as etapas de seu método:

  • Depressão, diz a coach, é um sinal do corpo pedindo uma pausa. O melhor antídoto para a angústia que nasce quando alguém esconde de si seus sentimentos é “nomear e acolher, com compaixão, o que essa pessoa sente. O mundo é muito crítico. Uma coisa são as críticas que nos levam para a frente. Outra, são as que nos paralisam.”
  • O passo seguinte é ter coragem e humildade para pedir ajuda a quem se confia, a grupos, psiquiatras, terapeutas. Daí em diante, Valentina entra com o processo regenerativo “de fazer com que a pessoa se conecte com seu propósito, planeje pequenas metas para se sentir bem”.
  • Outro fator importante é acompanhar o equilíbrio de vitaminas e hormônios, que tende a ser perdido na depressão, o que pode afetar o sono e a alimentação.
  • No mais, evitar interações tóxicas, manter contato com a natureza, saúde mental e espiritual, e focar no propósito, essencial para a motivação. Esse propósito “não precisa ser nada glamouroso, do tipo ‘hoje vou fazer alguma coisa diferente’. É se conectar com o lado bom que todos nós temos”.

Além de estudar técnicas de autoconhecimento, Valentina sofreu influência da mãe, artista plástica, e da avó que foi coordenadora da Formação Freudiana e pianista. Veio daí sua ligação com o universo musical.

Ela sugere dois exercícios que contribuem para o autoconhecimento. Num deles, a pessoa escreve num papel cinco a dez valores que identifica como seus. “Com seus valores assimilados, a pessoa se compromete com eles”, diz. No outro, a pessoa envia três perguntas a sete conhecidos: “Qual é a minha melhor qualidade?”, “Onde posso melhorar?” e “Que conselho me daria?”. “Isso dá um retorno de como as pessoas veem você, ajuda a encontrar os pontos cegos e a valorizar o que você tem de bom.”

Celina Côrtes é jornalista, escritora e mantém o blog Sair da Inércia.

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