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Comer bem no trabalho faz toda a diferença para a saúde

Quem come mal no horário de trabalho, come mal em casa. É o que aponta um novo estudo do American Journal of Preventive Medicine, publicado semana passada pela Elsevier, que analisou os hábitos alimentares dos funcionários de um hospital nos Estados Unidos. Quem comprava os alimentos menos saudáveis no refeitório tinha mais probabilidade de ter uma dieta ruim fora do trabalho e desenvolver problemas de saúde crônicos decorrentes da obesidade, como diabetes e doenças cardiovasculares.

Essa descoberta contribui para uma melhor compreensão dos comportamentos alimentares no trabalho e pode ajudar a moldar programas de bem-estar social com foco em reduzir os custos com tratamentos de saúde a longo prazo. E o objetivo é esse mesmo: desenvolver programas patrocinados por empregadores para promover a alimentação saudável a fim de controlar a epidemia da obesidade no país.

A maioria dos americanos gasta cerca de metade das horas do dia no trabalho e consome alimentos adquiridos nesse mesmo ambiente. Quase um terço de todos os trabalhadores americanos são obesos, o que impacta negativamente na sua produtividade e acarreta maiores despesas por parte dos empregadores com planos de saúde e tratamentos. As descobertas deste estudo podem levar a estratégias mais eficazes para incentivar os funcionários a escolherem os alimentos mais saudáveis e se livrarem de problemas de saúde graves no futuro.

 

Sobre a pesquisa

Os participantes eram 602 funcionários do Hospital Geral de Massachusetts que usavam regularmente as cafeterias do lugar, e estavam matriculados em um estudo de promoção da saúde entre 2016-2018.

Como parte do programa “Escolha Bem, Coma Bem” do hospital, alimentos e bebidas nas cafeterias do hospital eram rotulados da seguinte forma: verde, para alimentos saudáveis, amarelo para alimentos menos saudáveis e vermelho para alimentos ruins.

As exibições de alimentos também foram modificadas para colocar opções mais saudáveis ​​na linha direta de visão, enquanto os alimentos não saudáveis ​​tornaram-se menos acessíveis para reduzir as compras por impulso.

Essas estratégias de rotulagem simplificadas oferecem uma oportunidade para educar os funcionários sem restringir sua liberdade de escolha. No futuro, usar dados de compra para fornecer feedback nutricional personalizado via e-mail ou mensagens de texto será uma boa opção a ser explorada para incentivar a alimentação saudável.

O estudo é uma análise transversal das compras de alimentos no local de trabalho a partir de dados da caixa registradora; relatórios de consumo de alimentos de pesquisas; e resultados de testes cardio-metabólicos, diagnósticos e informações sobre medicação.

Usando os dados de compra da cafeteria, os pesquisadores desenvolveram uma Escala de Compra Saudável (Health Purchasing Score – HPS) para avaliar a qualidade da dieta das compras gerais dos funcionários. Os pesquisadores compararam a HPS dos participantes com a qualidade de sua dieta geral (usando uma pesquisa on-line e uma ferramenta desenvolvida pelo Instituto Nacional do Câncer), bem como medidas de obesidade, diabetes, pressão alta e colesterol alto (dados adquiridos por meio de testes, resultados e auto-relato).

A análise mostrou que os funcionários com o menor HPS (compras menos saudáveis) apresentaram a menor qualidade geral da dieta e o maior risco para obesidade, diabetes e hipertensão. Compras mais saudáveis ​​foram associadas com maior qualidade alimentar e menor prevalência de obesidade, hipertensão e pré-diabetes/diabetes.

 

Conclusões

“Os programas de bem-estar no local de trabalho têm o potencial de promover mudanças no estilo de vida dos funcionários, mas até o momento foi preciso vencer alguns desafios para desenvolver programas eficazes. Esperamos que nossas descobertas ajudem a informar o desenvolvimento de intervenções acessíveis, escalonáveis ​​e acessíveis”, observou Jessica L. McCurley, PhD, MPH, uma das pesquisadoras do estudo e pós-doutoranda no Departamento de Medicina, do Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School, Boston, MA, EUA.

 

 

 

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