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Comprometimento, sucesso e ‘O gambito da rainha’

Recentemente, ouvi a seguinte frase: “As coisas importantes acontecem por causa do comprometimento.” Não existe sucesso que se alcance sem comprometimento.

Warren Buffett é considerado o maior investidor do mundo. Seu pai abriu uma pequena corretora de valores quando ele tinha 6 anos, e ele passou a devorar qualquer coisa que pudesse encontrar sobre dinheiro. Comprou sua primeira ação aos 11, mas teria comprado antes se não tivesse demorado cinco anos para juntar 120 dólares.

Você poderia pensar que Buffett é um gastador. Mas seu carro tem cinco anos, ele usa roupas simples, é um dos maiores doadores do mundo e diz que se você tem amor incondicional por pessoas que vale a pena amar, chega a qualquer lugar.

Fred Kofman diz que a única coisa que melhora sua capacidade de fazer qualquer coisa é praticar. E para isso é preciso comprometimento, porque você terá que fazer, fazer e fazer. Não importa fazer imperfeito no início, o que importa é fazer. E só assim poderá chegar a qualquer maestria.

Pesquisas afirmam que para uma pessoa alcançar maestria em qualquer coisa, precisa treinar dez mil horas. É a regra das dez mil horas. Comprometimento, persistência, mente aberta para os erros. Eles vão acontecer. Precisam acontecer para você aprender com eles, e não se abalar por eles. De que maneira isso está ligado a “O gambito da rainha”?

Você sabe o que é gambitar? Pois eu aprendi recentemente e me encantei com o significado. Gambitar significa “sacrificar algo para adquirir uma vantagem de posição”. Gambitar é estratégia. Você gambita porque vê algo mais além, que tem valor para você. E se compromete com isso.

Para alcançar algo significativo, você precisa de comprometimento e estratégia. Precisa ver além. Ver o que muitos não estão vendo. E para sustentar o foco no que vê, sacrifica algo em troca.

Não dá para ter tudo ao mesmo tempo. Em qualquer estratégia, você tem que deixar para trás o que não soma e o que vai na direção contrária do que quer alcançar.

Quero esclarecer que, em sua etimologia, a palavra sacrificar significa sacro oficio, ou seja, tornar um ato sagrado. Porque sacrificar significa escolher. Você escolhe sacrificar algo para vencer seu adversário, e com isso ganhar o jogo.

Você está disposto? Sacrificar horas de sono, comodidades, garantias imediatas?

Em “O gambito da rainha”, vários elementos do processo que vai do comprometer-se ao sucesso final vão aparecendo na maneira como Elizabeth Harmon vai desenhando sua vida, errando, reavaliando, redefinindo. E vão aparecendo também na pessoa que ela vai aos poucos se tornando para ganhar o jogo.

Beth não ganha apenas o jogo no xadrez. Ganha o jogo na vida. Porque ambos correm sempre paralelos. Ela ganha o jogo dos desafios, das adversidades e, por último, ganha o maior jogo: o jogo sobre suas próprias fragilidades.

A pergunta que continuamente faço a mim mesma, e que quero deixar aqui, é: Qual é o meu adversário neste momento? A procrastinação? O medo, a dúvida, a insegurança, o apego ao conforto e à dependência, o desânimo, a falta de propósito? Com que estratégia, com que gambito vou jogar para vencer esses adversários?

Vou fazer uma análise de alguns pontos dessa série que fizeram muito sentido para mim. O que vou dizer aqui não é a verdade, e, sim, o que faz sentido para mim e que tenho usado para minha própria orientação de vida. Se fizer algum sentido para você, pare e reflita. Se não fizer, esqueça e vá adiante.

Joseph Campbell, filósofo e mitólogo, estudou os mitos de todas as culturas. Ele descobriu que, na verdade, existia apenas uma história por trás de todas, que ele chamou de jornada do herói.

Todos nós somos os heróis de nossas próprias vidas, e vamos encontrando nossas formas de responder às diferentes situações que a vida nos apresenta. Às vezes, respondemos heroicamente. Outras vezes, não. Algumas vezes até desistimos de qualquer heroísmo. E até desertamos por certos períodos.

Campbell diz que, muitas vezes, ocorre um evento que muda ou pode mudar nossa vida, porque funciona como um chamado. Um chamado à aventura. Esse chamado acontece para Elizabeth quando ela desce ao porão e vê o senhor Shaibel jogando xadrez. Ela foi tocada por esse chamado. Sentiu uma possibilidade.

A partir daí, começa sua jornada, na qual ela encontra, assim como todos nós, seus dragões internos. E ela tem que ir escolhendo vencer ou entregar o jogo. Manter-se no jogo ou sair do jogo.

Nesse processo, Beth tem que ir ressignificando seu passado e fazendo escolhas diferentes daquelas de seus pais. Esta é uma proposta importante que surge logo no início da série: ir fazendo escolhas diferentes para que o presente e o futuro não sejam repetições do passado.

Você tem claros quais são os padrões familiares cuja repetição não seria produtiva para chegar a um melhor design de sua vida?

Outro ponto que quero registrar, e que a série mostra de forma muito especial, é a relação com as fragilidades. Todos nós temos fragilidades, e não há nada de errado nisso. Faz parte do processo humano de cada um. Muitas vezes, lutamos para esconder nossas fragilidades, em vez de tomar consciência para entendê-las e ser estratégico em relação a elas.

Quero trazer aqui a seguinte ideia: Quando você desenha a sua vida, quando você tem um propósito de vida, isso significa que você tem alguma visão de futuro desejado.

Isso requer uma estratégia. Uma estratégia requer compromisso. Requer desenvolver a habilidade de lidar com os erros que irão acontecer. Requer lidar com as suas fragilidades, que puxarão você para trás. Requer desenvolver força para começar e recomeçar. Requer definir prioridades. Requer entusiasmo. Tudo isso aparece em “O gambito da rainha”.

Esse processo interno vai nos transformando em quem queremos ser, ou em quem precisamos ser para alcançar o que queremos.

Muitas vezes, há um paradoxo em nós. Temos um discurso do que queremos, mas nos comportamos de uma forma que boicota nosso ideal. Há momentos em que temos que rever nossas prioridades e gambitar aspectos. E Beth faz isso com esforço, assim como nós experimentamos tantas vezes nossas relutâncias em ir adiante.

Em uma conversa com o amigo Benny, Beth usa a expressão talvez, e ele lhe diz: “Deixe esse vocabulário dos perdedores.” Benny não se penaliza com Beth. É um personagem que traz a visão do que seja protagonista, responsável por suas escolhas. Não culpar nada, nem a ninguém. Não se vitimizar. Porque no final é sempre você que escolhe o que fazer.

Quando você define um futuro, tem que trabalhar sua mente com afirmações. Afirmações sobre o que não existe ainda, mas que existe potencialmente em sua mente.

Pode ser que você não vença, mas seu compromisso é com a vitória. Esta é uma decisão. Ainda que você não vença, sairá transformado, e isso é uma vitória.

Nossos dragões internos vão se manifestando sob a forma de medo, insegurança, preguiça, momentos depressivos, retornos a dependências. Sem certas dependências nos parece impossível viver ou até sobreviver.

Na série, Beth retorna sempre a seu vício. Ainda que não tenhamos vícios em drogas explícitas, temos muitos vícios mentais. Vícios de pensar em nós como perdedores, vitimados pela vida ou por alguém, incapazes.

Nessa série, há um segundo momento de chamado à aventura: quando surge a possibilidade de Beth ir a Rússia disputar um campeonato. Seu amigo Benny lhe diz “now or never”. Agora ou nunca.

Quando o cavalo selado passar à sua frente, monte nele, porque possivelmente não passará uma segunda vez. E muitas vezes não entendemos esse momento ou nos contraímos diante dessa possibilidade.

O jogo de xadrez é um jogo de visão de futuro. Existem inúmeras possibilidades e você tem que escolher uma, com lógica e estratégia. Assim como na vida, cada movimento gera consequências. Você gera consequências.

Você tem que buscar estar em seu melhor nível de consciência para perceber as consequências e fazer a escolha consciente. Não necessariamente aquela que dará certo, mas a que tomará a responsabilidade.

O tempo todo, Beth está tendo que escolher e lidar com suas fragilidades. Seu compromisso com o que quer alcançar – ser campeã mundial – tem que ser mais forte que suas fragilidades.

No fundo, ela está buscando algo muito maior do que ser campeã mundial de xadrez. Está buscando ser a heroína de si mesma, está buscando escrever uma história que rompe com o passado, desenhando no hoje um novo futuro. Um futuro escolhido por ela mesma.

Outro ponto que a série mostra trago aqui por meio do tema: O universo envia “anjos da guarda” quando estamos comprometidos com um propósito claro. Vários místicos apontam isso, e observadores práticos da vida dão suas explicações.

Quando você está comprometido com um objetivo, sua mente começa a trabalhar nisso em vários níveis não conscientes. Você tem intuições, percepções, escutas que antes não tinha e, inconscientemente, vai na direção de pessoas e situações afinadas com o que quer obter. São os sinais. Eu, pessoalmente, presto muita atenção aos sinais.

A personagem Jolene aparece no momento exato em que Beth está em uma linha limítrofe de escolher afundar seu projeto. Em muitos momentos, nossa mente se fecha em nossas fragilidades e não vemos possibilidades. Nesses momentos, costumam surgir sinais luminosos de direcionamentos possíveis. Quando os percebemos, podemos sair do aprisionamento interno.

Estamos todos conectados por fios invisíveis, que atuam constantemente em nós. Especialmente se você se abre para essa visão, coisas acontecem. É o que provocamos quando rezamos. Nós nos conectamos com algo que não está visível aos olhos da matéria, mas que está visível aos olhos da alma.

Outro aspecto importante na série é a influência das relações e dos ambientes. Todo o ambiente e os personagens principais respiram xadrez. Investem no treinamento constante. Há uma valorização da melhoria por meio do treinamento constante, focado, determinado em encontrar a melhor saída em cada encruzilhada de possibilidades.

Vejo isso como muito importante em nossa vida. As pessoas com quem convivemos e os ambientes por onde passamos têm a ver com nossos objetivos? São um fortalecimento para nossos objetivos?

Aparece também a força e cumplicidade do grupo em objetivos compartilhados, algo que no mundo atual tem sido cada vez mais forte. A força do grupo, da equipe. A criatividade e a colaboração em grupo no surgimento de novas ideias.

Outro aspecto que, em minha perspectiva, é uma lição para cada um é o reconhecimento e o respeito pelo valor do outro. É o que acontece quando o experiente enxadrista russo se inclina, dizendo a Beth que teve a honra de jogar com a maior enxadrista de sua vida.

Beth vence a si mesma quando joga as pílulas na privada e dá descarga. E se desafia a jogar sem tomá-las. Ela rompe com a crença de que sua capacidade dependia daquilo.

Temos muitas crenças que se enraízam em nossos cérebros. Tornam-se tão naturais que nunca as reavaliamos. Vivemos com elas como verdades imutáveis, quando são formadas apenas por pensamentos fortemente enraizados.

Beth conquista autoconfiança, rompe com o passado sem eliminá-lo. Rompe com a crença que muitos de nós temos: que nosso passado é nosso destino. Quando mata esse dragão, ela sai de uma postura defensiva de órfã e abre seu coração. Isso é simbolizado quando ela senta na praça com os velhos e diz: “Vamos jogar!”

Essa é a frase final da série. O jogo irá acontecer, queira você ou não. A pergunta é: Como você escolhe jogar? Quem você quer ser nesse jogo? E os jogos não terminarão até jogarmos nossa última partida nessa vida.

Berenice Kuenerz é psicoterapeuta e coach de life-businesss e mindfulness.

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