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Consumidores impõem mudanças na indústria alimentícia

Reunidos recentemente para discutir o futuro do trabalho na indústria alimentícia, especialistas de diversas empresas internacionais afirmaram que os consumidores estão direcionando grande parte de uma mudança de valores que está ocorrendo nessa indústria. A mudança, disseram eles, é resultado do maior interesse dos consumidores em saber a procedência e os ingredientes daquilo que comem. O evento virtual foi promovido pelo Institute of Food Technologists, que divulgou a discussão em seu site.

Sócio da empresa de consultoria Kearney, David Donnan afirmou que, para a maioria dos consumidores, as três grandes prioridades ao comprar alimentos são: conveniência, sabor e preço. Ele acrescentou, porém, que tem sido observada uma mudança conduzida pela majoritária participação de consumidores mais jovens – os millennials – no mercado. Essas pessoas, disse ele, enfatizam valores como sustentabilidade, saúde, bem-estar e consciência ambiental, que se tornam mais importantes na hora de decidir o que comer.

“Os consumidores agora estão comprando não apenas como base no que é [o alimento], mas com base em de onde vem e como é feito”, afirmou Donnan. Essa mudança de valores, segundo ele, está forçando fabricantes, varejistas e restaurantes a alterar seus produtos e cardápios, passando a priorizar aquilo que é mais limpo, minimamente processado e cultivado de forma mais humana.

“Tudo começa e termina com o consumidor”, observou TC Chatterjee, CEO da Griffith Foods, empresa especializada em desenvolvimento de alimentos.

 

IMPACTO DA TECNOLOGIA SOBRE A INDÚSTRIA

Professora de ciências alimentares e nutricionais da Universidade de Tuskegee, no Alabama, Adelia Bowell-Benjamin disse que as mulheres negras representam o grupo com maior índice de obesidade nos Estados Unidos. Mas acrescentou que começou a notar um novo comportamento em sua comunidade, o chamado Cinturão Negro do Alabama. “Os consumidores da nova era”, afirmou ela, “têm preocupações reais com saúde, segurança alimentar e onde é feita a comida”.

Além das mudanças provocadas pelo comportamento dos consumidores, a tecnologia foi identificada pelos especialistas como outra grande força que age para moldar o futuro dos alimentos, modificando o modo como a indústria alimentícia funciona e trabalha. Se antes tecnologia e alimentos eram mundos separados, agora esses dois mundos estão colidindo rapidamente, afirmou Charttejee. “Isso está tendo um impacto significativo sobre a cadeia de valores e, portanto, terá impacto sobre o modo como trabalhamos hoje e o modo como avançaremos em nosso trabalho”, analisou ele.

Antes, havia uma clara distinção entre pessoas com talento técnico e aquelas com habilidades de liderança estratégica, analisou Lowell Isom, sócio da HHI Search, empresa que recruta cientistas e engenheiros. Agora, disse ele, alguém que dirige uma organização precisa ter “um conjunto de habilidades técnicas muito específicas”. Charttejee observou que o mais importante é saber como aplicar essas habilidades técnicas de modo a atender às necessidades dos consumidores, que mudam rapidamente.

Outro aspecto ressaltado pelos especialistas foi a importância da diversidade na hora de tomar decisões de contratação. “Na indústria alimentícia, estamos procurando, cada vez mais, pessoas que tragam seus valores e sua personalidade para o trabalho”, disse Charttejee. Isom acrescentou que “uma força de trabalho diversa é mais produtiva, mais inovadora e propicia uma experiência culturalmente rica para os funcionários”.

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