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Cracolândia no Rio dá lugar a super horta comunitária

Até 2013, um trecho da região de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, era conhecido como Faixa de Gaza – ninguém se atrevia a passar pela área perigosa. Ali funcionava uma cracolândia, frequentada diariamente por centenas de usuários de drogas. Naquele ano, a Unidade de Polícia Pacificadora passou a atuar no local. Com isso, os traficantes e viciados foram afastados para dar lugar ao que se tornou a maior horta comunitária da América Latina. Agora, os produtos ali cultivados estão alimentando cerca de oitocentas famílias que perderam empregos com a pandemia.

A faixa verde que se estende em meio ao monocromático casario da comunidade local tem um tamanho correspondente ao de quatro campos de futebol. Produz duas toneladas de alimentos por mês. O cultivo integra o projeto Hortas Cariocas, criado em pelo então prefeito César Maia, com foco na segurança alimentar.

A iniciativa está dando certo em uma cidade deteriorada pelas crises sanitária, social e econômica, que atingem sobretudo os mais pobres. No ano passado, a ONU incluiu o projeto na lista de ações essenciais para atingir seus objetivos de desenvolvimento sustentável.

Ezequiel Dias, de 44 anos, trabalhou durante quinze anos no terreno da vizinha Fundação Oswaldo Cruz, onde é fabricada a vacina da AstraZeneca contra a Covid-19. Ali, aprendeu os segredos do cultivo de horta. Hoje, coordena o plantio em Manguinhos. De início, contou ele ao UOL, metade dos produtos colhidos era encaminhado a famílias em situação de insegurança alimentar, creches e asilos. A outra metade era comercializada. Agora, tudo ali é doado.

“Tem pessoas que não estão tendo de onde tirar [dinheiro]. Tem senhora que nem pede. Vem e já começa a colher um coentro para botar numa sopa”, disse Dias. “A gente está aqui para abraçar a nossa comunidade, que é nossa família.”

 

MOTIVAÇÃO PARA MORADORES E EX-TRAFICANTES

Dias chama o projeto de “resgatar vidas”, o que começa pela sua própria mãe, dona Luiza, uma das 21 pessoas que cuidam da horta. Ele contou que ela andava desmotivada e encontrou ali uma ocupação revigorante que ainda lhe garante R$ 500 por mês.

Outra vida resgatada foi a de Leonardo Ferreira, 24 anos. Durante mais de dez anos, ele traficou drogas. Até que se casou com uma sobrinha de Dias, tornou-se pai de duas meninas e deu uma guinada na vida trabalhando na horta. “Hoje, só quero plantar o bem para colher o bem”, afirmou.

O sucesso da empreitada tem por trás o trabalho de Júlio César Barros, engenheiro agrônomo idealizador da iniciativa. Ele descreveu o projeto como uma incubadora de empresas. Os melhores resultados, como o de Manguinhos, ocorrem em comunidades que já dispõem de prática em cultivo. A secretaria municipal de Meio Ambiente entra com o apoio técnico, os insumos e as bolsas para os hortelãos.

“O que move o projeto é o resultado, a produção, não é um programa assistencialista”, disse Barros, que vê na autoestima e na empregabilidade os principais pilares das hortas comunitárias. Para ele, a consagração dessas hortas se dará quando elas conseguirem conquistar a independência em relação à prefeitura e se tornarem autossustentáveis.

Recentemente, a turma da horta tremeu nas bases. Temeu que o novo prefeito, Eduardo Paes, interrompesse o projeto. O susto, contudo, durou pouco. O secretário de Meio Ambiente, Eduardo Cavalieri, garantiu que o orçamento do projeto este ano será ainda maior e disse que veículos terceirizados serão substituídos por carros da própria prefeitura. Dias respirou aliviado. “Futuramente, teremos famílias mais saudáveis”, previu, “porque o orgânico está nas comunidades. Minha filha vê e já segue esse caminho.”

 

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