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Diversidade de origens no DNA de uma família negra

Eles são membros de uma mesma família brasileira distribuídos em diferentes ramos de descendências e gerações. A pessoa mais velha com 68 anos de idade e a mais nova com 10 anos. Mantêm relações cotidianas e histórias em comum. Todos são autodeclarados negros, o que é ratificado por seus cinco exames de ancestralidades, feitos por meio do DNA. No entanto, a família negra se surpreende com a diversidade e proporções das origens. Entre outras, vai de Angola, Uganda e Camarões, na África; a Rússia, Hungria, Escandinávia e Península Ibérica na Europa; Bengala na Ásia e a difusa Américas. Mas, na média, o percentual de DNA africano é igual ao da população autodeclarada negra no país, 56%.

No total, os cinco membros da família apresentam 18 diferentes possibilidades de origens, que abarcam a África, Europa, América do Sul, América Central e Ásia. São traços presentes na formação de parte de uma pequena família construída ao longo do século XX no Rio de Janeiro.

A coordenadora do projeto DNA Brasil, Lygia da Veiga Pereira, chefe do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da Universidade de São Paulo (USP), ratifica que o perfil da família é “muito comum” na realidade brasileira. Segundo diz, a miscigenação é uma marca do país. “Nós brasileiros, os nossos genomas, são mosaicos de genomas com ancestralidades de diferentes populações que compuseram a nossa. Então, você vai ter europeu, africano e ameríndio, nativo americano, em diferentes proporções em cada um de nós.”

O ponto de partida da investigação foi o casal Lúcia da Conceição de Oliveira (nascida em 1918) e Luiz Accioly de Oliveira (1911), que se conheceu nos anos 1930, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e teve três filhos, o primeiro em 1937.

 

FOTOGRAFIA SOB O ASPECTO DAS MISCIGENAÇÕES

Os exames seguiram diferentes ramificações ocorridas ao longo do tempo a partir dos dois. A primeira geração analisada foi a das sobrinhas. Uma sobrinha de Lúcia, Rosely Ribeiro; e uma de Luiz, Regina Helena. A primeira é filha de Alexandrina, irmã de Lúcia. E a segunda, filha de Cícero, irmão de Luiz. No DNA de cada uma, portanto, há parte das histórias genéticas em comum dos ancestrais de Lúcia e Luiz.

Da mesma forma acontece com o membro da geração seguinte analisada, que foi Ivan, neto de Lúcia e Luiz. Neste caso, já contando com a inclusão dos 50% DNA de Maria, a mãe, casada, com Ivan Accioly (filho de Lúcia e Luiz). A análise seguinte foi com Carina Accioly, 22 anos, filha de Ivan e bisneta de Lúcia e Luiz. Esta já com a contribuição do DNA da mãe, Débora Souza. E, por último, na geração mais recente, Perlla Oliveira, 10 anos de idade e bisneta de Regina Helena. Ou seja, com contribuições em seu DNA que envolvem os seus pais, Patrick (neto de Regina) e Nathália; e seus avós, Patrícia (filha de Regina) e Lincoln.

A ideia foi fazer uma fotografia da família sob o aspecto das miscigenações com partida em um ponto comum e percorrendo as diferentes combinações ocorridas até agora. Não se trata de um estudo de origens com rigor acadêmico. Foram simples exames de DNA feitos pela empresa especializada Meu DNA, a partir da coleta do material nas salivas e com envio pelos Correios.

Segundo Lygia Pereira, o perfil das famílias brasileiras difere das famílias dos demais países pelo alto grau de miscigenação. “Se não é a mais, é uma das mais miscigenadas do mundo, daí o grande interesse da gente por estudar essa população.”

Ela lembra que no Brasil é possível encontrar pessoas com ancestralidade 100% africana ou 100% europeia, porém difícil alguém com 100% indígena. “Mas a maioria está entre os extremos. Há um contínuo de mistura de diferentes frações destas três ancestralidades.” Conhecer melhor essa população é parte do projeto DNA do Brasil.

 

MIGRAÇÕES HISTÓRICAS EXPLICAM ANCESTRALIDADES

A pesquisadora Tábita Hünemeier, professora do departamento de Genética de Biologia Evolutiva da USP, analisou o quadro de percentuais de ancestralidade da família e disse que as estimativas, em geral, estão dentro do esperado. Fez apenas uma ressalva quanto ao alto percentual de norte-africano. “Se isso significa norte do Saara, não é o esperado.”

Sobre o alto percentual de ancestralidade indígena de Regina Helena, ela credita à mãe, Antônia, “que deveria ter mais de 40% de ancestralidade indígena”. Ainda sobre Regina e os seus 6,4% de ancestralidade russa, disse: “Há muitos russos, e alemães descendentes de russos, além de ciganos de origem russa que também fugiram para o Brasil.”

Outro percentual que mereceu atenção de Tábita foram os 23,2% de Hungria revelados para Carina: “Ela deve ter herdado a ancestralidade húngara da mãe, provavelmente, e uma parte pequena do pai, que tem nove por cento da origem. Temos que lembrar que vieram cerca de 100 mil húngaros para o Brasil, e também existem mais de 300 mil ciganos de origem húngara no país hoje.”

O DNA de cada um de nós é único. Mas pessoas da mesma população compartilham “marcadores genéticos.” Para definir quais são eles, os cientistas analisam o DNA de pessoas cujos pais e avós nasceram todos no mesmo território e passaram um período longo dentro dele. A partir desses registros se compara com quais populações o DNA em avaliação mais se assemelha.

Essas análises de ancestralidade revelam informações sobre migrações históricas e semelhanças genéticas entre pessoas que conviveram em regiões próximas. A cada nova descoberta das áreas de genética, história e antropologia, os bancos de dados genéticos são atualizados.

Ivan Accioly é jornalista e editor geral da plataforma digital Negrxs50+, onde você encontra a versão integral deste artigo.

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