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Eleição americana traz ganhos de inclusão e diversidade

Além da retomada de valores mais humanos representada pela vitória do democrata Joe Biden, as eleições americanas trouxeram conquistas em diversidade, inovação e inclusão para o Congresso nacional e algumas câmaras estaduais. O número de congressistas mulheres será o maior da história do país: pelo menos 135 – contra 127 na eleição de 2018.

Ainda assim, a presença feminina no Congresso continua minoritária: corresponde a aproximadamente 25% das 435 cadeiras na Câmara e 24% das cem vagas no Senado. O Senado terá 24 mulheres e a Câmara, 111.

A grande maioria das mulheres no Congresso é do Partido Democrata, mas o aumento da representação feminina registrado nesta eleição foi trazido por representantes republicanas. Elas serão 35, o que representa um crescimento de 45% em relação a 2018. Já a bancada democrata feminina, embora se mantenha bem maior, caiu de 105 para 103.

Um dos grandes destaques do pleito foi a inédita eleição de uma mulher como vice-presidente dos EUA. Negra e californiana, Kamala Harris é filha de imigrantes – pai jamaicano e mãe indiana. Sua participação na campanha foi considerada fundamental para que Biden se tornasse o candidato mais votado da história dos EUA. E ela ainda brilhou ao comemorar a vitória dançando ao lado de meninas negras – o registro em vídeo viralizou.

Duas jovens fizeram história nesta eleição em termos de diversidade de gênero. Eleita em Delaware, a democrata Sarah McBride se tornou, aos 30 anos, a primeira senadora estadual transgênero do país – no governo de Barack Obama, ela ficara conhecida como a primeira estagiária transgênero da Casa Branca. E o estado de Oklahoma, de maioria republicana, ganhou uma deputada não binária e muçulmana, também a primeira do país: a democrata Mauree Turner, de 27 anos.

 

DOIS NOVOS DEPUTADOS GAYS E NEGROS

Os americanos reelegeram com folga as deputadas democratas Alexandria Ocasio-Cortez (Nova York), Ilhan Omar (Minnesota), Ayanna Presley (Massachusetts) e Rashida Tlaib (Michigan). As quatro são negras e formam um grupo conhecido como The Squad – o pelotão progressista. Defendem causas ambientais e acesso igualitário à saúde.

O número de mulheres negras no Congresso caiu um pouco, porém. Foram eleitas 47, uma a menos que em 2018. Dessas, 45 são democratas e as outras duas, republicanas.

Num ano marcado por protestos contra o racismo, também garantiram vaga na Câmara dos Representantes três novos deputados federais negros democratas. Ativista do movimento Black Lives Matter, enfermeira e pastora, a líder comunitária Cori Bush se tornou a primeira negra a representar o Missouri no Congresso. Já Ritchie Torres e Mondaire Jones são os primeiros negros abertamente gays a chegarem ao Congresso, eleitos por Nova York, estado que também reelegeu o deputado negro Jamal Bowman, conhecido por sua luta contra o racismo e a pobreza.

Segundo previsões, o pastor progressista negro Raphael Warnock derrotará seu adversário republicano numa segunda disputa que enfrentará em janeiro, na Geórgia, para chegar ao Senado.

De uma forma geral, o Congresso americano se tornou mais racial e etnicamente diverso a cada uma das últimas cinco eleições. Mais de um quinto de seus representantes (22%) são membros de minorias étnicas ou raciais, segundo dados do ano passado. No Senado, eles são nove num total de cem. Na Câmara, dos 435 deputados, pelo menos 116 são negros, indígenas ou de origem latino-americana, o que representa um aumento de 84% em relação a 2003. Essa mudança vem sendo puxada principalmente pela vitória de candidatos do Partido Democrata.

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