As pessoas gostam de se sentir felizes, mas atingir o estado de felicidade requer tempo e esforço. No entanto, as pessoas que buscam a felicidade muitas vezes sentem que não têm tempo suficiente para isso, paradoxalmente, isso faz com que se sintam infelizes.

Os pesquisadores Aekyoung Kim e Sam Maglio conduziram quatro estudos nos quais investigaram como a busca da felicidade e o estado de ser feliz influenciavam a percepção do tempo pelas pessoas. Perseguir a felicidade fez com que os participantes pensassem no tempo como algo escasso.

As principais descobertas dos pesquisadores mostraram que a percepção de uma pessoa sobre a escassez de tempo é influenciada por sua busca pela felicidade, muitas vezes inatingível. A sensação de que o tempo era escasso mitigava a felicidade para os participantes que afirmavam ter alcançado esse objetivo.

Dinheiro não compra felicidade

A pesquisa aponta que o tempo parece desaparecer em meio à busca da felicidade, mas apenas quando é visto como um objetivo que exige perseguição contínua. Esta descoberta acrescenta profundidade ao crescente corpo de trabalho, sugerindo que a busca da felicidade pode minar ironicamente o bem-estar.

De acordo com os pesquisadores, as descobertas indicam que, embora a felicidade possa prejudicar as emoções positivas, ela não necessariamente precisa acontecer. Em vez disso, se alguém acredita ter alcançado a felicidade, fica com tempo para apreciá-la, por exemplo, mantendo um diário de gratidão.

A pesquisa ressalta ainda que as pessoas têm conceitos diferentes sobre a felicidade, o que, por sua vez, pode influenciar a maneira como eles percebem o tempo que têm para alcançar a felicidade.

Disponibilidade nessa busca

Como envolver-se em experiências e saborear os sentimentos associados requer mais tempo do que simplesmente comprar bens materiais, essa falta de tempo leva as pessoas a adquirirem bens materiais em vez de desfrutar de experiências de lazer. Dessa forma elas se sentem pressionadas pelo tempo, o que consome sua disposição a gastar tempo ajudando outras pessoas ou fazendo algum trabalho voluntário. Ao encorajar as pessoas a se preocuparem menos com a busca da felicidade como um objetivo sem-fim, intervenções bem-sucedidas podem acabar dando a elas mais tempo e, por sua vez, mais felicidade.

A mensagem é clara, portanto. A felicidade está em como passamos nosso tempo, não nas coisas que compramos. Dada a influência que a disponibilidade de tempo tem na tomada de decisões e bem-estar das pessoas, continua sendo essencial entender quando, por que é importante usar seu tempo de forma diferente em sua busca pela felicidade e suas metas pessoais.