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Falta de higiene oferece riscos a cozinhas no Brasil

Higiene na cozinha é fundamental. E uma pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisas de Alimentos, da Universidade de São Paulo (USP) constatou que os hábitos de uma parcela dos brasileiros deixam a desejar. Foram analisadas as medidas de higiene, manipulação e armazenamento de alimentos de 5 mil pessoas de todos os estados do país – na maioria, mulheres com 25 a 35 anos de idade e renda de quatro a dez salários mínimos.

A partir do estudo, o Centro de Pesquisas de Alimentos – conhecido como FoRC (Food Research Center) – elaborou um material educativo para orientar sobre a forma correta de armazenar alimentos na geladeira. O objetivo é evitar a ocorrência de doenças transmitidas por alimentos (DTA).

Entre 2000 e 2018, o Ministério da Saúde registrou 247.570 casos de DTA e 195 mortes decorrentes dessas doenças. A principal causa de contaminação apontada foi a cozinha doméstica. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que, a cada ano, cerca de 600 milhões de pessoas adoecem e 420 mil morrem de DTA no mundo.

 

COZIMENTO À TEMPERATURA MÍNIMA DE 74 GRAUS

Na pesquisa do FoRC, conduzida pela nutricionista Jessica Finger, 46,3% dos entrevistados disseram que costumavam lavar carnes na pia da cozinha, 24,1% afirmaram que consumiam carnes malcozidas e 17,4% disseram que comiam ovos crus ou malcozidos em maionese e outros pratos.

Os pesquisadores observaram que a lavagem de carnes na pia oferece risco de disseminação de microrganismos patogênicos no ambiente. Recomendaram também cozinhar alimentos a uma temperatura mínima de 74 graus, de forma a inativar patógenos.

Em relação à higienização de verduras, 31,3% dos entrevistados afirmaram que as lavavam em água corrente e 18,8% disseram que usavam água corrente e vinagre. A recomendação dos especialistas é lavar verduras, legumes e frutas em água corrente, depois mantê-los em solução clorada durante pelo menos dez minutos e novamente enxaguá-los em água corrente. Vegetais que serão cozidos, bem como frutas que serão consumidas sem casca, não precisam passar por esse processo.

Os pesquisadores constataram também maus hábitos em termos de refrigeração. Nada menos que 81% dos entrevistados disseram que não utilizavam bolsas térmicas para transportar alimentos refrigerados ou congelados até suas casas. Num país de clima quente como o Brasil, o uso dessas sacolas foi considerado importante.

 

DESCONGELAMENTO DE ALIMENTOS DENTRO DA GELADEIRA

Especialistas recomendam também que sobras de alimentos fiquem no máximo duas horas sem refrigeração, devido ao risco de deterioração. Mas 11,2% dos participantes da pesquisa disseram que ultrapassavam esse tempo.

Outra prática constatada na pesquisa foi o descongelamento de alimentos em temperatura ambiente (39,5%) ou dentro de um recipiente com água (16,9%). A prática recomendada é descongelá-los dentro da geladeira ou ainda diretamente no forno de micro-ondas.

Mais da metade dos entrevistados (57,2%) disseram que tinham o costume de guardar carnes na própria embalagem dentro da geladeira. Esse hábito também foi questionado. O ideal é usar um recipiente que evite o gotejamento do suco da carne, que poderia contaminar outros alimentos guardados no refrigerador.

Os resultados para a temperatura da geladeira foram melhores: em 91% dos 1.944 registros realizados pelos pesquisadores, a faixa de temperatura recomendada – entre zero e dez graus – estava sendo utilizada.

 

Com informações de artigo do site Nutrição em Pauta.

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