Duas das maiores e mais populares redes de fast-food no mundo, o McDonald’s e o Burger King anunciaram que reduzirão o uso de conservantes em seus produtos no Brasil, para torná-los mais saudáveis. Ambas já vinham eliminando os ingredientes artificiais em outros países, num processo complexo que envolve fornecedores e mudanças estruturais.
Nas lojas do McDonald’s no Brasil e em outros países latino-americanos, o corte de conservantes será feito em produtos como Mix de Baunilha, queijo, mostarda e molhos Big Mac, Ranch e Barbecue. “Este projeto levou em torno de dois anos para ser concluído”, disse à Exame o presidente da empresa no Brasil, contando que ao todo são 14 ingredientes sem corantes ou aromatizantes artificiais.
Já o Burger King pretende eliminar todos os conservantes artificiais em seus produtos até o fim do ano que vem. O primeiro passo para isso foi a reformulação de seu sanduíche mais popular, o Whopper. O anúncio da novidade chega ao Brasil amparado por um comercial que mostra o hambúrguer mofando. “A beleza da comida real é que ela fica feia”, afirmou à Veja o vice-presidente de marketing e vendas da rede no Brasil, Ariel Grunkraut.
Um dos maiores desafios do Burger King para viabilizar o projeto foi encontrar fornecedores que atendessem aos objetivos. Segundo Grunkraut, no Brasil não há tecnologia disponível para embalar o queijo de maneira estéril e de forma a manter a qualidade. O jeito foi importá-lo do Uruguai. O pão da empresa Aryzta, utilizado nos sanduíches, foi reformulado. Já o ketchup Heinz, receita composta de seis ingredientes naturais, não necessitou de intervenção.
“Como o pão vai durar menos da metade do tempo, isso impacta na logística. Preparar os fornecedores para entregar os produtos é um desafio”, afirmou o CMO global do Burger King, Fernando Machado.
O Burger King pretende retirar do mercado 277 toneladas de conservantes artificiais por ano, volume que encheria 18 caminhões. E já vem eliminando de seu cardápio uma série de ingredientes que não são considerados saudáveis, como o xarope de milho, associado a sobrepeso em crianças e propensão a diabetes.
No McDonald’s, o processo de eliminação de ingredientes artificiais foi iniciado em 2018, quando a medida começou a ser adotada em todas as suas 14 mil lojas americanas. A exceção foram as rodelas de pepino, que continuaram tendo conservantes. “Mas os consumidores podem retirá-las se quiserem”, assinalou a empresa.
