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Estudo aponta importância de florestas secundárias

Cientistas do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (Inpe) mapearam pela primeira vez as florestas secundárias de todos os seis biomas brasileiros. E apontaram o papel fundamental dessas matas para a absorção de carbono da atmosfera, combatendo as mudanças climáticas. O levantamento não apenas mediu a extensão dessas florestas, como calculou a idade delas.

Publicado na revista Scentific Data, o estudo envolveu especialistas do Brasil, do Estados Unidos e do Reino Unido. Eles utilizaram mapas gerados pelo Projeto MapBiomas a partir de imagens de satélite. E calcularam que, entre 1986 e 2018, cresceram 26 milhões de hectares de florestas secundárias no país, em geral em áreas que foram abandonadas depois de serem utilizadas em agricultura.

Em 2018, a Amazônia tinha cerca de 15 milhões de hectares de florestas secundárias – mais da metade do total no país. Já na Mata Atlântica estavam as matas mais antigas, de até doze anos. E na Caatinga, as mais novas, com até seis anos. À medida que envelhecem, essas florestas capturam CO2 e o guardam em suas árvores.

“Além de sua importância no combate à atual crise climática, absorvendo o dióxido de carbono da atmosfera, as florestas secundárias são importantes para a recuperação da biodiversidade, garantia do suprimento de água e polinização”, disse Celso Silva Junior, engenheiro ambiental do Inpe que liderou o estudo, ao site Ecodebate.

Por não terem proteção legal, as florestas secundárias estão mais sujeitas a desmatamento. Por isso, seu potencial de contribuição para a absorção de CO2 é subutilizado, e seu futuro incerto, afirmou Silva Junior.  “Esse fato é preocupante, visto que todas as florestas secundárias que cresceram no Brasil entre 1988 a 2018 compensariam apenas um décimo de todas as emissões por desmatamento da Amazônia para o mesmo período”, avaliou o  engenheiro.

Segundo o estudo do Inpe, 56,6% das florestas secundárias brasileiras ficam na Amazônia. Em seguida, vêm a Mata Atlântica (26,72%), o Cerrado (12,98%), a Caatinga (2,32%), o Pampa (0,94%) e o Pantanal (0,43%).

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