O QUE VOCÊ PROCURA?

Estudo indica que tipo sanguíneo influencia Covid-19

Um estudo realizado por cientistas europeus constatou que pessoas com tipo sanguíneo A têm uma propensão maior a desenvolver formas mais graves de Covid-19. Eles chegaram a esse resultado estudando 1.980 pacientes internados em sete hospitais da Itália e da Espanha. A conclusão corrobora resultados de pesquisas anteriores realizadas em diferentes países, com metodologias semelhantes.

Publicado na revista científica The New England Journal of Medicine, o estudo europeu envolveu cientistas de diversos países, liderados pelos doutores Andre Franke, da Universidade de Kiel, na Alemanha, e Tom Karlsen, do Hospital da Universidade de Oslo, na Noruega. Eles compararam os resultados dos pacientes de Covid-19 com os de um grupo de controle de 2.205 pessoas saudáveis e identificaram uma frequência maior de 26 variantes genéticas nas pessoas infectadas.

Segundo os pesquisadores, pessoas com o tipo sanguíneo A teriam uma chance 45% maior de desenvolver sintomas mais intensos. Já aquelas com o sangue do tipo O teriam um risco 35% menor de apresentar sintomas graves de Covid-19. Os tipos A e O são os mais comuns no mundo. Por serem menos frequentes, os tipos B e AB tiveram resultados menos relevantes no estudo.

O fator Rh, que determina o sinal de positivo ou negativo do tipo sanguíneo, não foi avaliado. A pesquisa também não avaliou fatores de risco que poderiam agravar o estado um paciente infectado pelo novo coronavírus, como tabagismo, hipertensão e diabetes.

 

RESULTADOS SEMELHANTES PARA SARS

Num estudo anterior na China, cientistas da Southern University of Science and Technology, em parceria com outras instituições, analisaram 2.713 pacientes de Covid-19 internados em três hospitais. Eles também indicaram uma tendência de casos mais graves em pessoas com tipo sanguíneo A. Resultados coincidentes foram obtidos ainda por pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e da Universidade de Ciências Médicas de Mazandaran, no Irã.

Há anos estudos procuram relacionar os tipos sanguíneos a condições de saúde, mas os resultados em geral não são conclusivos, como é o caso das recentes pesquisas sobre o coronavírus.  Pesquisas com metodologia semelhante realizadas para a síndrome respiratória aguda (Sars) também indicaram casos mais graves em pessoas com tipo sanguíneo A.

O que determina o tipo sanguíneo são proteínas que revestem as hemácias. Em entrevista à revista Veja, o médico João Prats, infectologista e consultor da onco-hematologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo, explicou que, ainda que o coronavírus prefira proteínas específicas do tipo sanguíneo A, existe a possibilidade de outras características presentes no DNA responderem pela suscetibilidade ao vírus.

COMPARTILHE

logo_busca

Mais resultados...

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors