A solidão e o isolamento social aumentam em cerca de 30% o risco de ter um derrame ou desenvolver doença arterial coronariana. O dano é comparável ao de outros fatores de risco reconhecidos, como ansiedade e trabalho estressante.
Além disso, o isolamento social é atualmente compreendido como um fator de risco independente para morte. Sua importância é a mesma para fatores de risco de mortalidade bem estabelecidos, como inatividade física, obesidade e falta de acesso à assistência médica. Os desafios persistentes em intervir em fatores de risco clínicos modificáveis, como a obesidade, tornam as abordagens baseadas no isolamento social promissoras se a eficácia puder ser estabelecida.
Contato direto ou remoto?
Mas, o que fazer para mudar esse quadro? Com mudanças tão rápidas na maneira como as pessoas interagem socialmente, é preciso questionar a interação social remota, pelo uso de redes sociais, se ela ajuda a melhorar esse quadro. Será que a comunicação pela tela de um computador ou celular já resolve o problema, ou é preciso estimular a interação social cara a cara e demais habilidades sociais?
As interações físicas continuam sendo mais relevantes do que as interações virtuais. Encontrar amigos, cuidar de animais, estabelecer contato visual com outras pessoas, são medidas simples que melhoram consideravelmente o quadro.
A solidão é também associada a um sistema imunológico comprometido, pressão alta e morte prematura. Dados os aumentos projetados nos níveis de isolamento social e da solidão, a ciência médica precisa abordar diretamente as implicações da saúde física. Assim como os cardiologistas e outros profissionais da saúde adotaram posições públicas fortes em relação a outros fatores que exacerbam doenças cardiovasculares, como tabagismo e dietas ricas em gorduras saturadas, é necessária mais atenção às conexões sociais na pesquisa e na vigilância, prevenção e programas de saúde pública.
