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Mexicanos criam adesivo de mel que cura pé diabético

Pesquisadores do Centro de Estudos Superiores de Tepeaca, em Puebla, México, conseguiram curar pacientes com pé diabético aplicando na ferida um adesivo composto de mel virgem e cera de colmeia, capaz de cicatrizá-la. O êxito os levou a patentear o adesivo, que pode ser moldado de acordo com o tamanho da ulceração.

O pé diabético é uma das complicações mais graves da diabetes. Caracteriza-se por uma ulceração nos membros inferiores, de difícil tratamento. Na rede de saúde pública brasileira, responde pela grande maioria das amputações de membros inferiores.

Um dos médicos responsáveis pela bem-sucedida experiência mexicana, Armando Acevedo Méndez contou que já havia testado o uso de mel em feridas, acostumado que era a conviver com abelhas desde pequeno, num pequeno apiário da família. Foi ali que percebeu o poder curativo do mel.

Acevedo Méndez criou um grupo de estudo para investigar o poder curativo do mel em pacientes com pé diabético. Formado por pesquisadores e estudantes, o grupo desenvolveu um adesivo sustentado por organdi, um tecido fibroso, resistente e maleável.

Quinze pacientes receberam curativos com o adesivo de mel diariamente. Em duas semanas, seis deles tiveram suas feridas totalmente cicatrizadas, enquanto o restante se curou em três semanas. Além da ação regenerativa, o adesivo diminui a carga de bactérias na ferida.

 

TRATAMENTO É GRATUITO NO MÉXICO

A experiência mexicana evitou a amputação dos pés de alguns pacientes, ocasionada pelo agravamento do quadro, e ainda levou à cura de feridas mais leves, que não chegaram a infeccionar. O tratamento está sendo oferecido gratuitamente no México, o que beneficia pacientes com poucos recursos, em geral mais sujeitos à amputação.

“O que importa para os diretores da escola e do hospital é que as pessoas tenham um tratamento adequado e gratuito, para não amputar membros e continuarem a se defender”, disse Acevedo Méndez à revista americana Nation.

“Queremos que o produto seja 100% de Puebla, por isso não será vendido a nenhum laboratório farmacêutico”, afirmou o médico. “Queremos que seja acessível à população que carece de recursos e, por isso, não segue um tratamento.”

Os resultados positivos levaram a equipe mexicana a registrar cada etapa da experiência em arquivos clínicos. “Decidimos participar do Prêmio Nacional de Inovação e Tecnologia para a Inclusão Social. Entre os 196 concorrentes na área de saúde, ficamos em sexto lugar”, comemorou Acevedo Méndez.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2018, 16 milhões de brasileiros sofrem de diabetes e a incidência da doença no país aumentou 61,8% em dez anos. Aproximadamente 5% dos portadores da doença desenvolvem o pé diabético, que por vezes destrói tecidos profundos e causa problemas neurológicos e vasculares. Destes, 0,7% a 2,4% são obrigados a recorrer à amputação, medida que, além das sérias consequências físicas, costuma acarretar danos mentais e sociais.

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