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O dom e a missão de levar saúde ao coração do Brasil

Em 2001, um empresário em Ribeirão Preto, São Paulo, teve a iniciativa pessoal de levar brinquedos e cestas básicas para o povo carente de sua terra natal, no sertão da Bahia. Isto se tornaria para ele um costume anual. Vinte anos depois, Doreedson Pereira, o Dorinho, coordena uma organização sem fins lucrativos que a cada ano desloca cerca de quatrocentos profissionais de saúde e toneladas de equipamentos para uma cidade diferente do país a fim de oferecer – gratuitamente – uma semana de assistência médica a comunidades pobres.

Em vinte anos de existência, os Voluntários do Sertão já realizaram mais de 400 mil atendimentos e procedimentos médicos e odontológicos. Ao longo desse período, mais de 3.500 profissionais participaram da ação social. Dorinho diz que o trabalho assistencial foi uma maneira que ele encontrou de retribuir aquilo que conquistou. E, com peculiar simplicidade, emenda: “Eu sempre fui assim, de querer fazer as coisas.”

No ano passado, a pandemia frustrou os voluntários, obrigando à suspensão da vigésima edição do projeto. Adiada para este ano, a semana de ação social continua ameaçada. “Se a vacina não vier, vamos ter que cancelar”, preocupa-se o empresário. Seja lá quando for, a próxima edição será em Bom Jesus da Lapa, Bahia.

Dorinho tinha 14 anos quando, aproveitando uma carona, decidiu passar uns tempos com um tio em Ribeirão Preto. Acabou ficando por lá. “Eu queria uma qualidade de vida melhor”, explica. O sofrimento de seu povo, porém, jamais foi esquecido. Sempre que podia, ele voltava a Alegre, distrito de Condeúba, para visitar os pais. E levava presentes para moradores carentes.

 

FORÇA AÉREA BRASILEIRA PARTICIPA DA INICIATIVA

Em Ribeirão Preto, a ascensão foi rápida. De início, Dorinho trabalhou como ajudante num restaurante, mas aos 16 anos abriu uma lanchonete em sociedade com amigos. Ele diz que passou a ganhar mais dinheiro quando começou a viajar ao Paraguai para trazer videocassetes e outros aparelhos eletrônicos que vendia em esquema de consórcio. Logo, passou a viajar também para os Estados Unidos. Em 2000, abriu uma loja de notebooks que se tornou popular na cidade.

Mais tarde, Dorinho sentiu vontade de aprimorar sua ação social, deixando de distribuir cestas básicas e caminhões de brinquedos para cuidar da saúde dos pobres. “Eu pensei, mas como vou dar medicamentos se não sou médico?”, conta. A loja lhe proporcionava contato com profissionais de saúde de Ribeirão Preto, cidade que é uma referência em medicina. E assim, em 2005 ele começou a levar médicos ao sertão baiano.

“Eles voltavam renovados de lá. Ficavam impressionados com aquele povo alegre, embora pobre”, relembra o empresário. De início, os atendimentos eram feitos na casa da mãe de Dorinho, dona Maria. Ali, até cirurgias de catarata foram realizadas. “Teve gente que voltou a enxergar”, afirma.

Com o tempo, muitos médicos se interessaram pelo projeto, laboratórios começaram a doar remédios e a Força Aérea Brasileira passou a levar de avião as equipes a áreas remotas. Hoje, a iniciativa inclui palestras de orientação social, programas de psicologia e distribuição de kits de saúde e higiene pessoal. O que não consegue de doação, Dorinho tira do bolso.

 

‘SENTIR NA PELE O SIGNIFICADO DO AMOR E DA DOAÇÃO’

Os Voluntários do Sertão já levaram assistência médica também a comunidades pobres de outros estados, como Goiás e Minas Gerais. A organização da semana anual exige praticamente um ano de mobilização. O serviço médico oferecido abrange mais de vinte especialidades, como pediatria, ginecologia e oftalmologia. As equipes montam centros cirúrgicos e realizam exames e procedimentos aos quais as populações não têm acesso fácil nos outros dias do ano.

Chovem voluntários, selecionados por meio de inscrição. Invariavelmente, eles voltam da viagem ao interior do Brasil gratificados. O urologista João Cornicelli contou sobre a experiência: “Recebemos agradecimentos profundos de pessoas simples, que muitas vezes nunca foram consultadas por um médico, e isto nos dá uma satisfação pessoal muito grande.” Para a dentista Natália Martins, “ser um Voluntário do Sertão é sentir na pele o significado do amor e da doação”.

Casado com Cristiane, que trabalha com ele nos Voluntários do Sertão, e pai de Maria Eduarda, de 18 anos, e Maria Beatriz, de 12, Dorinho hoje é dono de uma fábrica de óculos e um negócio de carretas odontológicas. Ele afirma que aprendeu com o pai a dar a quem precisa. Mesmo criando oito filhos como agricultor, Joventino Pereira tinha o hábito de ajudar pessoas no empobrecido Alegre. “O que é pouco para nós, para outros é muito”, diz o filho vencedor. “Uma coisa que levo comigo é fazer o bem, não importa a quem.”

Bruno Casotti é jornalista e tradutor. 

 

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