Conciliar criatividade com a rotina de trabalho é um problema enfrentado por muitos profissionais, e nem sempre as empresas estão aptas para ajudá-los. A organização do tempo é uma tarefa complicada, pois leva à priorização de algumas tarefas em detrimento de outras para que se atinja o melhor rendimento durante o dia. O problema é que nem sempre a eficiência se traduz em qualidade, principalmente no que tange o trabalho criativo.
Por exemplo: qual é a melhor forma de abordar o trabalho? O funcionário deve responder primeiro aos e-mails, depois escrever as faturas e, quando isso ficar chato, largar tudo para o alto e trabalhar em uma nova campanha publicitária? Ou ele deve primeiro terminar suas tarefas rotineiras e depois se concentrar em tarefas criativas durante os horários definidos?
Cultura empresarial
A forma como os funcionários dividem seu tempo entre tarefas criativas e rotineiras é gerenciada de maneira diferente pelas empresas. Ao fazer isso, eles tentam escolher o método que mais promove o trabalho criativo, já que não existem teorias estabelecidas sobre o método mais eficaz até agora. No entanto, empresas como a 3M ou o Google mudaram as regras há décadas, e permitem que os funcionários usem de 15 a 20% de seu tempo de trabalho para pensar e trabalhar criativamente.
Durante o estudo, eles pediram a 233 participantes para trabalhar em várias tarefas. A tarefa de rotina envolvia a resolução de problemas matemáticos simples, enquanto a obtenção de tantas palavras quanto possível de um determinado conjunto de letras simulava a tarefa criativa. Enquanto um grupo era capaz de alternar entre essas duas tarefas quantas vezes quisessem, o segundo grupo tinha que completar uma tarefa antes de iniciar a outra.
Quão impulsivos são os funcionários?
Os resultados mostram que não há um modelo de trabalho universalmente aplicável. De acordo com o professor Brem, uma das principais descobertas do estudo é que o modelo capaz de fornecer os melhores resultados depende em grande parte do indivíduo envolvido. E neste caso, depende de quão impulsiva é uma pessoa.
Pessoas impulsivas são mais criativas quando podem escolher como dividem seu tempo entre várias tarefas, o que significa que não precisam limitar sua impulsividade. Por outro lado, pessoas menos impulsivas demonstram o efeito oposto quando se veem totalmente livres para escolher entre as tarefas criativas e rotineiras. Isso surpreendeu os pesquisadores, pois esse resultado contradiz pesquisas anteriores, que indicavam que traços de personalidade como afirmação ou impulsividade têm influência limitada na produção criativa.
Contratações de acordo com o perfil da empresa
Do ponto de vista empresarial, é importante que gerentes aprendam a avaliar seus funcionários e suas equipes bem, para que possam selecionar o modelo de trabalho que melhor lhes convier. Ou devem avaliar, durante as entrevistas de emprego, se os futuros empregados seriam adequados para o modelo de trabalho da empresa.
Pessoas impulsivas são capazes de trocar de tarefas com maior facilidade do que pessoas comedidas, tornando-se mais produtivas em ambientes de trabalho com horários flexíveis e menor rigidez na distribuição das tarefas. Já pessoas comedidas têm um rendimento melhor se puderem estabelecer horários e trabalhar em ambientes mais rígidos.