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Remédios para cura de Covid-19 ainda são promessas

Cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxanida. Multiplicam-se os medicamentos que prometem a cura para a Covid-19, mas a Organização Mundial de Saúde alerta: ainda não há vacina ou medicamento antiviral para prevenir ou tratar a doença. A bola da vez é o vermífugo ivermectina, cujos efeitos supostamente positivos têm sido alardeados na mídia. Não há, porém, comprovação científica sobre seus resultados.

A atividade da ivermectina contra o novo coronavírus foi demonstrada num recente estudo colaborativo de duas respeitadas instituições australianas: o Biomedicine Discovery Institute e o Peter Doherty Institute for Infection and Immunity, ambos ligados a universidades. A partir daí, divulgou-se que o remédio seria a cura para a Covid-19. O estudo, porém, limitou-se a constatar que o medicamento é capaz de matar o coronavírus in vitro, ou seja em laboratório. Os próprios cientistas recomendaram cautela, lembrando que são necessários testes clínicos para verificar sua eficácia.

No caso da nitazoxanida, outro vermífugo, os estudos científicos que demonstraram sua eficácia também foram realizados com testes in vitro, ou seja, ainda são preliminares.

O combate à desinformação na internet tem tido a preciosa colaboração do Projeto Comprova, que reúne 28 organizações de mídia sob a coordenação da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O objetivo é denunciar conteúdos suspeitos ou falsos que se tornaram virais ou tenham potencial de disseminar informações enganosas.  O projeto tem apoio do Facebook e da Google News Initiative.

 

OBSERVAÇÃO DE PACIENTES É INCONCLUSIVA

Em vídeo divulgado no YouTube, a médica brasileira Lucy Kerr contou ter administrado ivermectina em pacientes após tomar conhecimento do estudo na Austrália. “Em 24 horas, 93 por cento dos vírus depositados pelos cientistas em uma placa desapareceram”, disse ela. “Em 48 horas não havia mais vestígio dos vírus.”

Procurada pelo Comprova, a médica confirmou ter observado resultados positivos em pacientes nos quais administrou o medicamento. O problema, alertou o Comprova, é que a experiência da observação é inconclusiva: não substitui os testes clínicos, uma vez que pelo menos 80% dos casos não evoluem para quadros graves.

Em relação à cloroquina e à hidroxicloroquina – cujos efeitos supostamente positivos foram propagados por autoridades brasileiras – estudos publicados nas revistas científicas Journal of the American Medical Association e British Medical Journal constataram que pacientes tratados com as duas substâncias não tiveram melhoras mais significativas do que aqueles que não tomaram esses medicamentos. Resultados semelhantes foram obtidos num estudo publicado na New England Journal of Medicine.

Embora reconheçam que a ivermectina e outros medicamentos possam se mostrar promissores, organizações internacionais de saúde deixam claro: a melhor arma na batalha contra a Covid-19 por enquanto continua sendo o isolamento social.

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