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RNA inspira método para biodegradação de plástico

Cientistas da Universidade de Twente, na Holanda, anunciaram ter encontrado uma maneira de intensificar a destruição de plásticos biodegradáveis – que têm se mostrado insuficientes em sua função de livrar o mundo da poluição dos plásticos comuns. O estudo foi publicado no periódico científico Journal of the American Chemical Society.

O professor Timo Rheinberger e sua equipe da universidade holandesa, localizada em Enschede, contaram ter se inspirado no ácido ribonucleico (RNA) para inventar uma maneira de acentuar a degradação do polímero poliácido láctico – o plástico biodegradável conhecido como PLA.

O RNA é um ácido nucleico existente no organismo humano e essencial para a síntese de proteínas. Sua molécula, formada a partir do ácido desoxirribonucleico (DNA), interfere em várias funções biológicas importantes, como a codificação genética.

O PLA tem demonstrado ter pouca capacidade de degradação na água do mar, um dos principais ambientes onde os plásticos vão parar, ameaçando a vida marinha.

Valendo-se do conhecimento sobre o que faz a água destruir as moléculas do RNA, os cientistas desenvolveram um método por meio do qual inserem partes sintéticas semelhantes aos pontos de ruptura do RNA nas moléculas do PLA. Com isso, eles aprimoraram a biodegradação do plástico.

 

TÉCNICA PODERIA SER APLICADA A OUTROS POLÍMEROS

A água pode quebrar facilmente as moléculas de RNA graças a um processo chamado transesterificação, no qual os cientistas se basearam. Quando os pontos de ruptura foram inseridos de maneira a compor 15% do plástico, o PLA se decompôs completamente na água do mar ao longo de um período de duas semanas.

A equipe criou diversas versões do PLA contendo pontos de ruptura inspirados no RNA. Para isso, realizaram testes em que mergulharam películas das diferentes versões do plástico na água e mediram a mudança de peso do material, bem como a liberação de ácido lático, um produto da degradação do PLA.

O polímero com a maior concentração de pontos de quebra, 15%, se decompôs completamente em duas semanas. Mesmo os polímeros com concentrações mais baixas acabam se degradando, embora isso possa demorar anos.

Os cientistas disseram esperar que a técnica possa ser aplicada a outros polímeros plásticos, para que estes possam se degradar mais rapidamente, e que possa representar uma estratégia crucial para reduzir a poluição dos oceanos.

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