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Sai o mundo Vuca, entra o mundo Bani

Antes de mais nada, saiba que quando você fala sobre o mundo Vuca, está se referindo a um termo criado no final dos anos 1980, mais especificamente utilizado nas escolas de guerra americanas. Esse conceito foi criado para explicar o “mundo novo” que se descortinava com o final da guerra fria e a queda do Muro de Berlim – volatility (volatilidade), uncertainty (incerteza), complexity (complexidade) e ambiguity (ambiguidade).

Quando o conceito de mundo Vuca surgiu, usávamos máquinas de escrever, não existia cartão de crédito e nem telefone celular. No Brasil, ainda vivíamos o governo militar, não existia internet e computador era um artigo futurista.

Portanto, siga meu conselho e pare de falar sobre mundo Vuca ou sua ampliação tosca, Muvuca.

Já se passaram quarenta anos e não faz mais sentido usar essa nomenclatura, pois o mundo mudou cem vezes depois disso! Mas, já que adoramos tanto as buzz words que definem situações e comportamentos que refletem nossa rotina, qual seria o novo acrônimo que define o nosso zeitgest (espírito da época)? Já era tempo de criarmos um novo conceito que defina em blocos os conceitos que explicam rapidamente o cenário atual.

Já é possível escutar em diversos fóruns internacionais dos quais a Escola do Caos participa um conceito novo, que compartilharemos agora com você: Bani. O mundo agora é Bani: brittle (frágil), anxious (ansioso), nonlinear (não linear) e incomprehensible (incompreensível).

Mais do que definir o mundo, Bani é uma lógica que determina como sua postura pessoal deve ser daqui por diante. Além disso, há um grande sentido para que companhias incorporem essa filosofia e a internalizem desde o planejamento estratégico até o estilo de liderança. Bem-vindo ao mundo caótico, onde as condições não são simplesmente instáveis, são caóticas. Tentar controlá-las, interpretá-las ou mesmo evitá-las não é mais possível. O grande diferencial competitivo de um profissional ou empresa, agora, é saber reagir a tudo o que acontece. Alguns ficarão congelados esperando um benchmarking surgir. Outros já sairão se mexendo, sendo o próprio benchmarking.

A vantagem é dos que estão na arena, se mexendo o tempo todo. Você se lembra da brincadeira da dança das cadeiras? Várias pessoas correm ao redor de cadeiras e quando a música para, sentam-se rapidamente. Quem não tem cadeira sai da brincadeira. Esse é o cenário. Perdeu o emprego? Parar para interpretar o que aconteceu é coisa do mundo Vuca. Sair fazendo contatos, arrumar trabalho (e não emprego), ligar para mil pessoas, sacudir a poeira é Bani.

Quebrou a empresa? Ficar culpando o governo ou a pandemia é Vuca. Fazer dinheiro com o que sobrou dela, se aproximar de concorrentes, voltar rápido para o mercado é Bani.

Esperar a promessa de ser promovido pelo chefe é Vuca. Montar uma empresa em paralelo ao seu emprego é Bani. Esperar o melhor momento para investir é Vuca. Ter mais fontes de renda é Bani. Seguir as regrinhas dos gurus de autoajuda é Vuca. Criar sua própria filosofia de vida e se virar nos trinta é Bani. Não há referências. A referência é você. Esqueça os modelos pré-concebidos de receita de bolo, de como crescer na carreira, fazer sucesso ou se dar bem na vida. Os estereótipos foram resetados. Vivemos o grande reset.

Para que você tenha um entendimento melhor do conceito Bani, segue uma explicação mais simplificada:

Brittle (frágil): Assuma que o mundo é frágil. Você, sua empresa e o mercado. Amanhã virá um novo vírus, um ataque de hacker, um incêndio em uma estação elétrica, um avião batendo em uma torre, um ataque terrorista, ou qualquer coisa que lhe lembre que não há segurança alguma no seu modus vivendi. Tudo pode mudar de uma hora para outra. Portanto, ter plano de carreira A, B e C é questão de sobrevivência. Se você perder o emprego hoje, para onde vai correr? E se não estiver empregado, se ficar mais um mês sem emprego, para onde vai correr? Não há garantias, não há promessas, tudo muda em fração de segundos. O contrário de frágil é antifrágil. Prepare-se para aguentar as porradas, pois elas serão cada vez mais constantes. Se mudar a música (e ela vai mudar), saiba dançar outro ritmo claramente.

Esqueça os artefatos de cultura que eram valorizados antigamente. Não tem mais mesa fixa no escritório para você colocar seus porta-retratos. 

Anxious (ansioso): As suas decisões precisam ser mais rápidas, a ponto de você ser taxado de ansioso. Recebeu uma boa oferta de viagens no pop-up do celular? Compre agora. Decida agora se vai se matricular em um curso, se vai pintar a casa, se vai se separar, se vai aceitar a proposta de um novo emprego. Com a mudança recorrente e instantânea no mercado, a famosa frase protelatória “Vamos dar uma pensada nisso” não terá mais condições de existir. Quais são as variáveis que nos permitem tomar uma decisão agora mesmo? Puxa, não temos todas as variáveis para tomar decisão. Decida com o que tem. Pois é, o tempo joga contra. É a vida. Não dá para esperar para tomar grandes decisões. Cuidado com os diagnósticos extensos, a inserção do assunto relevante para a pauta de reunião na semana que vem.

A mágica corporativa é errar rápido, corrigir rápido e repetir a operação.

Nonlinear (Não linear). Fomos moldados de maneira a pensar de forma serial, cartesiana. Adoramos checklists, receitas de bolo, manual de instruções, bullet points e prioridades. Agora o mundo é dos que abrem um milhão de janelas aos mesmo tempo. Não é possível atuar de maneira estruturada em um mundo desestruturado. Uma empresa do mundo Vuca vai seguir um planejamento estratégico achando que nada vai mudar ao longo do tempo. Uma empresa do mundo Bani vai se planejar para executar fielmente um planejamento estratégico para os próximos três meses, máximo. Esqueça fazer um forecast para doze meses. Temos que começar mil coisas ao mesmo tempo, desistir de algumas, parar outras, incluir outras. A metamorfose é ambulante. O melhor exemplo disso é o processo de liberação de uma vacina. No mínimo cinco anos. O cinto apertou e tivemos que fazer em dois anos.

Ganhará a notoriedade quem fizer em um ano e meio. Quem tiver processos não lineares dominará o market share, mesmo se a marca não for conhecida. Efetividade é mais forte que a lógica da governança.

 Incomprehensible (incompreensível). Vivemos um momento em que tentamos procurar lógica para tudo. Ter acesso a dados não é garantia de vantagem competitiva. Milhões de empresas têm acesso a dados de clientes e não sabem o que fazer com isso. Recentemente, vivemos eleições em que os institutos de pesquisa erraram feio. Tanto aqui quanto fora. Pesquisas de mercado já não são garantia para entender o que o consumidor pensa, como ele age ou o que deseja. Simplesmente porque mudamos de ideia o tempo todo. “Façamos tal ação e ganharemos mercado.” Não existe mais certeza e, ao mesmo tempo, é difícil explicar os porquês diante de tantas variáveis incontroláveis. O risco passa a estar presente em todas as decisões. Relatórios que chegam das áreas de MIS tentavam nos dar subsídios para tomarmos decisões coerentes, mas esses mesmos relatórios não apontam todas as variáveis mercadológicas necessárias.

Precisamos assumir que tomaremos decisões com margens de erro cada vez maiores. É a vida nova.

Quão pronto você está para um mundo Bani? Quão pronto sua empresa está? Os velhos modelos não nos regulam mais. Sua empresa vai investir em um aplicativo novo, vai levar dois anos para lançá-lo e um garotinho no sul da Ucrânia vai programar algo muito melhor em apenas uma madrugada, se divertindo. O cliente não é propriedade da empresa, nem dos gerentes. O cliente é dele mesmo. É ele quem vem ditando a mudança do planeta. Não vivemos uma revolução tecnológica. Vivemos uma revolução antropológica. O ser humano é Bani. Mas muitas empresas são Vuca.

Alberto Roitman, Chief Chaotic Officer na Escola do Caos e podcaster no Caos Corporativo.

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