Uma dieta vegana é uma boa opção para o clima e para a saúde. No entanto, muitos produtos à base de plantas, especialmente leguminosas, contêm compostos FODMAP, que são pouco digeríveis e causam sintomas intestinais desagradáveis. Um estudo recente conseguiu quebrar os FODMAPs com enzimas e produzir novos produtos alimentares à base de plantas que não ferem o estômago.
Os FODMAPs são moléculas de carboidratos de cadeia curta que são mal absorvidas pelo intestino delgado. Esses compostos se movem para o intestino grosso, onde os micróbios intestinais se alimentam delas. Isso resulta na produção de gases e dor de barriga e, em casos mais graves, provoca a síndrome do intestino irritável, uma condição crônica e debilitante.
Muitos alimentos que contêm FODMAPs são boas fontes de fibras, nutrientes e proteínas vegetais. No entanto, aqueles que sofrem com a má-absorção desses compostos evitam esses alimentos, e perdem seus benefícios à saúde.
Enzimas para quebrar os FODMAPs
Esse estudo se concentrou em dois compostos principais do FODMAP: galactan e fructan. O galactan é abundante, por exemplo, em leguminosas, enquanto o fructan é encontrado em muitos cereais. Os pesquisadores verificaram quem esses compostos poderiam ser removidos dos alimentos, quebrando-os com enzimas, em processo muito semelhante ao desenvolvimento do leite “sem lactose”.
O projeto de pesquisa também testou se as enzimas funcionam em conexão com a preparação de produtos alimentares, o que permitiria à indústria alimentícia eliminar os compostos nocivos do FODMAP em seus próprios processos. O projeto focou-se em testar produtos à base de plantas, análogos de carne e produtos de panificação para investigar quais alimentos à base de plantas são adequados para a dieta FODMAP.
O estudo mostrou que as enzimas também funcionam sob uma variedade de condições e em diferentes processos alimentares. Essa é uma informação nova e interessante, especialmente para leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilhas etc.). Esses resultados devem ser utilizados no desenvolvimento de novos itens alimentares e em pesquisas acadêmicas, a fim de verificar com segurança os efeitos dessas enzimas nos sintomas intestinais.