A aceitação dos grupos é uma demanda importante durante a adolescência. Os jovens procuram se identificar uns com os outros a partir de afinidades, como o gosto por esportes, videogames, música e ícones do entretenimento. Relacionamentos são construídos a partir desses gostos em comum, seja a partir do convívio social direto ou por fóruns na internet, redes sociais e outras ferramentas de trocas de informações e opiniões.
No entanto, a superexposição à internet tem efeitos negativos na percepção dos adolescentes sobre a sua imagem, sua personalidade e seus interesses pessoais. Como o ego não está completamente formado nessa época, ter suas atitudes ridicularizadas pelo grupo traz consequências graves para a saúde mental desses jovens. Na verdade, ser vítima de comportamentos agressivos e predatórios na internet impacta diretamente no seu bem-estar, compondo uma forma muito específica de bullying: o bullying virtual.
Consequências graves
Nos EUA quase um terço dos adolescentes experimentaram sintomas de depressão, que, além de mudanças no padrão de sono, incluem irritabilidade persistente, raiva e retraimento social. E quase 15% dos estudantes do ensino médio dos EUA relatam ter sofrido bullying pela internet. Em níveis graves, a depressão pode levar a um desempenho escolar prejudicado, perda de interesse nos relacionamentos sociais ou risco de suicídio.
Mas, as pesquisas sobre o impacto do bullying virtual na qualidade do sono dos adolescentes ainda são escassas, e soluções eficazes para o problema ainda não foram apresentadas.
Pesquisas como essa destacam a necessidade de estudiosos e clínicos avaliarem a qualidade do sono e outros fatores de risco que podem tornar o transtorno depressivo ainda mais perigoso. Compreender essa associação confirma a necessidade de fornecer uma educação sobre higiene do sono e a prevenção de riscos e intervenções para vítimas de bullying virtual que apresentam sinais e sintomas de depressão.