O QUE VOCÊ PROCURA?

Não devemos dar ouvidos apenas ao que queremos ouvir

É normal não aceitarmos de primeira uma resposta que não corresponda às nossas expectativas. Por exemplo, quando recebemos um diagnóstico ruim do médico, procuramos uma segunda opinião. Temos dificuldade em aceitar avaliações negativas do nosso próprio trabalho. Por outro lado, quando estamos satisfeitos com o resultado que nos é apresentado, não vamos atrás de outras avaliações. Damos essas opiniões como corretas, e seguimos em frente sem pensar muito nas outras opções.

Mas será que essa é uma boa ideia?

 

O comportamento humano induz ao erro

Um estudo conduzido pelo University College de Londres sugere que não. Os pesquisadores analisaram o comportamento de pessoas ao receberem informações indesejadas, e perceberam que, de fato, coletamos menos informações quando ouvimos o que queremos. Ao ajustar essas análises a um modelo matemático, os cientistas encontraram as razões para esse viés.

Nesse estudo, 84 voluntários participaram de um jogo on-line, onde tinham que estabelecer julgamentos a partir de evidências a eles apresentadas. Os participantes poderiam coletar tantas evidências quanto quisessem, mas só seriam recompensados caso o resultado apresentado fosse preciso, simulando a imparcialidade de um júri. Apesar disso, os pesquisadores descobriram que os voluntários paravam de coletar dados assim que juntavam evidências o bastante para apoiar a conclusão que eles julgavam ser verdadeira, ignorando resultados indesejáveis.

Ou seja, descobriu-se que as pessoas argumentam partindo do princípio que a sua conclusão favorita é a mais provável. E elas ponderam as evidências que apoiam as suas conclusões com mais atenção do que as evidências contrárias. Por causa disso, as pessoas não coletam informações adicionais que poderiam comprovar o erro em seu julgamento. Elas interrompem a investigação e se dão como satisfeitas no primeiro sinal de que estão certas.

 

Ponderação e imparcialidade

No estudo, foi oferecido aos participantes uma quantidade quase ilimitada de informações, mas sua triagem foi feita a partir de motivações pessoais, que influenciaram diretamente nos seus julgamentos. Esse tipo de comportamento acontece o tempo todo. Apesar de termos pleno acesso a diversas fontes de informação, frequentemente viramos as costas para opiniões que divergem daquelas que temos como certas, pois acreditamos que já coletamos dados o suficiente para suportar nossa decisão. Esse processo se agrava quando sentimos que nosso sistema de crenças pessoais é afetado, despertando a resposta de bater ou correr comum às ameaças.

É preciso, portanto, criar um sistema de ponderação e imparcialidade para evitar julgamentos equivocados. Pare, pense e corra atrás de informações, por mais que as afirmações que você ouviu sejam satisfatórias. Você pode estar equivocado.

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