Apesar da constante preocupação de pais e responsáveis quanto à influência dos jogos no comportamento de crianças, jovens e adolescentes, não existem evidências que sustentem a tese de que os videogames incitam comportamento violento.
O elo entre a mídia violenta, como filmes violentos e videogames, e a agressão e a violência na vida real, é discutido e analisado desde que esses tipos de mídia existem. Apesar de parte dessa discussão ter assumido ares de histeria pública, os questionamentos persistiram na forma de estudos científicos. Estudos anteriores mostraram que pessoas que jogam videogames violentos podem ser dessensibilizadas em relação a estímulos emocionais (como a violência), e demonstram empatia diminuída e agressão aumentada.
No entanto, mesmo com a superexposição à mídia, questionários psicológicos não revelam diferenças nas medidas de agressão e empatia entre jogadores e não jogadores. Jogadores e não jogadores têm respostas neurais semelhantes às imagens emocionalmente provocativas presentes em jogos, como cenas de mortes. Esses resultados surpreenderam os pesquisadores, por serem contrários à sua hipótese inicial, e sugerem que os efeitos negativos dos videogames violentos na percepção ou no comportamento podem durar pouco.
De uma forma geral, os jogos, mesmo os mais violentos, são um reflexo da sociedade como um todo; e estão em constante evolução, acompanhando o panorama político. Na verdade, em comparação com outras mídias, o desenvolvimento de videogames está entre as formas de expressão humana em mais rápida evolução já criadas. É normal que, nesse processo, sejam feitos alguns ajustes quanto à linguagem adotada. Mas, seria prejudicial para a mídia reprimir a sua expressividade com intervenções políticas baseadas em conteúdo.