Ao se deparar com uma decisão, as pessoas costumam ter plena consciência de qual opção lhes dará a maior chance de sucesso, mas ainda assim, escolhem outra linha de ação, baseada em sorte e pressentimentos. Um estudo recente comprovou que as pessoas fazem escolhas ruins em detrimento de seguir uma estratégia já testada e comprovada de forma consciente, contrariando a crença de que erramos por ignorância.

Padrões e estratégias

No estudo, os participantes jogaram um simples jogo de computador que envolvia perceber e explorar padrões. Os participantes repetiram esse jogo dezenas de vezes. Os pesquisadores atestaram que os participantes aprenderam facilmente o padrão, observando movimentos do mouse. Para testar a hipótese de que fazemos escolhas ruins mesmo sabendo quais são as escolhas certas a serem tomadas, os pesquisadores projetaram parte do estudo para que o padrão que levasse à maior pontuação no jogo falhasse em algumas jogadas.

A intenção era fazer os jogadores se questionarem se manteriam a estratégia vencedora ou se escolheriam um novo caminho, sem evidência lógica da eficácia. Os resultados mostraram que os participantes seguiram o padrão que levava à maior pontuação apenas 20% das vezes, mesmo que ele aumentasse as chances de vitória em até 60%. Com outro grupo, os pesquisadores não alteraram a eficácia do padrão, que se manteve como uma estratégia garantida. No jogo no qual o padrão seguiu consistente, os participantes só se valeram dele duas vezes mais do que nos outros casos: cerca de 40% das vezes.

Por que falhamos tanto?

Mas, voltando à pergunta inicial: por que as pessoas não seguem a melhor estratégia com mais frequência? Embora a resposta esteja além do escopo desse estudo, os pesquisadores apontaram que isso provavelmente ocorre porque é preciso dispensar muita energia mental e planejamento para sempre tomar decisões com base no seu conhecimento do ambiente. Portanto, o autocontrole é cansativo. Como as recompensas de seguir a melhor estratégia nem sempre são óbvias, somos levados a tomar decisões ruins sem fundamentação lógica.

Isso é bastante comum em esportes, nos quais estratégias vencedoras são ignoradas em favor de decisões impetuosas. Seguir esses impulsos pode não fazer muito sentido quando estamos relaxados, mas basta perdermos o foco e a serenidade para tomarmos decisões arriscadas. Principalmente em cenários em que a vitória não é garantida mesmo com a estratégia vencedora.