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Trabalho remoto pode favorecer mulheres

A flexibilização do trabalho representada pelo home office durante a pandemia pode, a longo prazo, favorecer as mulheres do setor de serviços financeiros e ajudá-las a contornar a desigualdade de gênero, considerada persistente nessa área. É o que mostra uma pesquisa encomendada pela rede britânica Women in Banking & Finance, que se dedica a incentivar a participação feminina no setor financeiro.

Os resultados do estudo indicam uma percepção maior de que muitas funções do setor financeiro podem ser exercidas à distância. Isso beneficiaria mulheres que muitas vezes precisam conciliar a vida profissional com os cuidados com os filhos.

Para muitas mulheres, a pandemia representou um retrocesso na vida profissional. Elas se tornaram mais propensas a deixar o emprego devido às restrições impostas pela crise sanitária. Em especial, o fechamento de escolas e creches as levou a assumir os cuidados com os filhos. Mas o estudo, patrocinado por bancos como Citigroup e Barclays, mostra que, pelo menos no setor de serviços financeiros, a perspectiva pode ser melhor graças à maior aceitação do trabalho remoto.

No universo dos 1.703 entrevistados da pesquisa, aproximadamente 93% das mulheres e 94% dos homens do setor financeiro declararam que podem desempenhar suas funções com flexibilidade. Os percentuais são superiores aos dos que disseram o mesmo antes da pandemia: 75% das mulheres e 50% dos homens.

Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi o de que 79% das mulheres disseram buscar conquistar cargos de liderança, contra apenas 58% dos homens.

 

DADOS SOBRE TRABALHO REMOTO NO BRASIL

No relatório do estudo, Grace Lordan, professora de ciências comportamentais da London School of Economics, indica que a aceitação do home office no setor financeiro melhora a perspectiva das mulheres. “Sem essa mudança de narrativa, as mulheres que aceitam trabalho flexível sempre terão maior probabilidade de serem vistas como tendo menor apego ao mercado de trabalho.”

No Brasil, uma pesquisa realizada em maio pela Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que 72,5% das pessoas que estavam trabalhando em casa na época tinham nível superior completo, 63,7% delas eram brancas e 53,6% do sexo feminino. O objetivo era fazer uma análise comparativa entre o teletrabalho e o trabalho remoto.

O Ipea estimou também que havia 8,7 milhões de pessoas trabalhando remotamente. Elas correspondiam a 13,3% dos 84,4 milhões de empregados no país. Desse total, 19 milhões, ou 22,5%, haviam sido afastados do trabalho presencial.

Outro estudo, também do Ipea, mostrou que 10,3% dos homens ocupados estavam trabalhando remotamente, enquanto o percentual feminino era de 17,9%. Entre as pessoas que trabalhavam remotamente, 46,4% eram homens; 53,6%, mulheres; 63,7% são brancos; e 34,3%, pardos ou pretos.

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