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Foodtechs em combate ao desperdício de alimentos

Desculpas ou justificativas para desperdiçar alimentos são cada vez menos aceitáveis. Cresce no Brasil o número de foodtechs dedicadas a fazer uma ponte entre, de um lado, consumidores conscientes e, do outro, produtores, restaurantes, supermercados e todo tipo de empresa ou estabelecimento disposto a lidar melhor com seus excedentes ou com produtos com validade próxima do vencimento. As formas como isso é feito são variadas e originais.

O desperdício de alimentos está longe de ser um problema exclusivo do Brasil, mas aqui é considerado ainda mais grave por conta da fome que atinge cerca de 14 milhões de pessoas. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), dos 140 milhões de toneladas de alimentos produzidos por ano no país, 26,3 milhões vão parar no lixo.

Dados da ONU de 2017 indicaram um desperdício anual de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos no mundo – 30% do total produzido. E chamaram a atenção para a necessidade de adoção de novos modelos de consumo. Vale lembrar que a redução do desperdício representa menos emissão de carbono, o que é considerado essencial no combate à mudança climática.

À frente da RG Nutri, uma empresa de consultoria no mercado de nutrição e alimentação, Heloísa Guarita afirmou à Forbes que o aumento das foodtechs de impacto social demonstra a forte demanda por consumo sustentável e a necessidade de repensar a cadeia de produção de alimentos.

“Muitas pessoas acreditam que precisamos aumentar a produção de mantimentos para abastecer a população em crescimento”, disse Heloisa. “Porém, faz muito mais sentido parar de desperdiçar os 30% de comida que jogamos fora hoje. Para reorganizar a cadeia, é necessária essa mudança de visão e comportamento de consumidores, indústrias e varejistas.”

A Forbes divulgou uma lista de dez empresas que, por meio de aplicativos e plataformas na internet, podem nos ajudar a reduzir o desperdício de alimentos e nos aproximar de um consumo mais sustentável:

  • Restin: Esta plataforma faz a ponte entre o consumidor e empresas e estabelecimentos para compra e venda de alimentos que estão fora do padrão ou prestes a vencer, mas que têm boa qualidade. A Restin também trabalha com pequenos produtores, oferecendo cestas fornecidas por eles, de forma a evitar perdas.
  • SuperOpa: Para reduzir o desperdício de alimentos, esta plataforma une distribuidores a consumidores, facilitando processos e oferecendo preços menores por alimentos próximos do vencimento. Funciona como um marketplace para clientes das classes C e D, mas com a pandemia passou a ser procurada por clientes com outros perfis dispostao a reduzir o desperdício. Os descontos chegam a 70% e as entregas são feitas em três dias úteis.
  • Fruta Imperfeita: É um serviço de entrega de cestas de frutas e legumes que seriam jogados fora por não terem boa aparência, mas que ainda estão frescos e adequados ao consumo. Dispõe de uma loja na internet onde qualquer pessoa pode solicitar alimentos a preços mais baixos.
  • Feitosa Gourmet: A foodtech gaúcha Feitosa vende alimentos à base de banana, com destaque para o ketchup em que a fruta é o principal ingrediente. Há também produtos com outras frutas que seriam descartadas por não corresponderem aos padrões de mercado e dos próprios consumidores.
  • 12+: Por meio de seu aplicativo gratuito e recém-lançado, esta foodtech permite que restaurantes e outros estabelecimentos vendam excedentes de comida ao fim do dia. Os estabelecimentos separaram alimentos com tempo de vida curta e os consumidores pode comprá-los a preços baixos. São prioridades aqui a reeducação alimentar e a consciência ambiental.
  • duLocal: É uma plataforma de entrega de comida orgânica. O consumidor escolhe um prato e faz um pedido. Pode também integrar a comunidade de assinantes. Os alimentos são fornecidos por pequenos produtores localizados perto de São Paulo. A empresa também procura gerar renda para a população de baixa renda, contando com a colaboração de cozinheiras da comunidade de Paraisópolis.
  • Connecting Food: Esta é uma startup dedicada à gestão inteligente de alimentos excedentes por meio da conexão entre estabelecimentos. Oferece recursos tecnológicos para monitorar os processos e indicadores para aprimorar a gestão de estoques e os impactos sociais, econômicos e ambientais.
  • CyberCook: A plataforma ajuda seus mais de 1 milhão de usuários cadastrados a fazer compras mais conscientes, economizar e evitar o desperdício de alimentos. Oferece mais de 100 mil receitas e informações sobre pratos. No ano passado, passou a contar com o índice Aproveitômetro, que mede valores economizados e quantifica desperdícios em receitas.
  • b4waste: É um aplicativo para conectar, de um lado, estabelecimentos em busca de destino para produtos que estão perto da data de vencimento e, do outro, consumidores. É possível encontrar boas marcas de alimentos com desconto mínimo de 50%. Supermercados, restaurantes e também marcas de cosméticos indicam os produtos próximos de vencimento, e os clientes podem receber alertas sobre ofertas.
  • Último Pedido: O objetivo deste aplicativo é viabilizar a venda de excedentes de lojas e restaurantes por 50% do valor, visando ao aproveitamento máximo. Reúne mais de 20 mil estabelecimentos de Porto Alegre.

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