Se você não come carne nem alimentos importados, pode ser que esteja perto de se tornar um climatariano. É assim que são chamados aqueles que procuram manter uma dieta que ajuda a combater a mudança climática. O conceito, porém, evolui. Cada vez mais, a compreensão é de que, para ser um climatariano, não basta mudar o que se come. É preciso também adotar outras atitudes que incorporem práticas sustentáveis, como fechar a torneira ao escovar os dentes e apagar aquela luz que está acesa à toa.
Os climatarianos se dispõem a reduzir ao máximo a emissão de gases do efeito estufa para ajudar a salvar o planeta, e em essência isso passa pela alimentação. Ao priorizarem alimentos orgânicos, eles não estão pensando apenas na qualidade do que comem, mas também num processo de produção que passa longe da agricultura intensiva.
Os climatarianos também preferem alimentos locais e sazonais, evitando, assim, produtos cujo transporte aéreo representa emissão de carbono. Outra forma de combater a mudança climática é optar por produtos com embalagens reutilizáveis ou a granel, de maneira a fugir do plástico. E assim as atitudes vão indo além dos alimentos em si para se tornarem um estilo de vida.
TERMO FOI CRIADO EM 2010 POR ATIVISTA AMERICANO
O climatariano deve saber o que e onde comprar, evitando marcas que não demonstram consciência ambiental. Deve também saber como cozinhar, optando por processos menos poluentes – alguns especialistas recomendam usar menos o forno. Em depoimento ao Indian Express, a coach de saúde e fundadora da PositivEats, Riddi Jadhwani relacionou as seguintes atitudes climatarianas:
- Perguntar a si mesmo se você realmente precisa de algo novo
- Compartilhar
- Comprar coisas de segunda mão e tomá-las emprestadas
- Reduzir o desperdício de comida
- Planejar as refeições, de modo a comprar apenas o que você precisa
- Conservar alimentos cuja data de vencimento está próxima
- Criar consciência entre pessoas próximas a você
- Dispor-se a se opor a opiniões
- Reunir pessoas de forma a criar uma rede de apoio ao combate ao aquecimento global.
O termo climatariano foi criado em 2010 pelo ativista americano Mike Tidwell. Em 2015, começava a ser popularizado, aparecendo no Eatymology:The Dictionary of Modern Gastronomy, dicionário gastronômico de Josh Friedland, e no New York Times, que o incluiu numa lista de novas palavras relacionadas a comida.
Desde então, o termo vem evoluindo para além da dieta. Para ser climatariano, é preciso, sobretudo, ser parceiro da preservação da natureza e buscar reduzir o impacto sobre os recursos naturais do planeta.
Sim, uma mudança na dieta é fundamental, o que pode exigir consultar um especialista para evitar problemas de saúde. Fique atento, por exemplo, ao seu nível de vitamina B12. E muita gente busca as proteínas de nozes e castanhas quando reduz o consumo de carne. Mas vá além da comida: leve a sacola quando for às compras.