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A felicidade até onde o cérebro alcança

A busca da felicidade é uma constante na história da humanidade – tanto quanto a busca por entender o que é felicidade. Hoje, a neurociência já é capaz de mostrar como é o cérebro de uma pessoa feliz: repleto de dopamina, oxitocina, serotonina e endorfina. As ações desse “quarteto fantástico” são exploradas no livro El cérebro de la gente feliz, da neurocientista Sara Teller e do escritor Ferran Cases, ambos espanhóis.

Essas quatro substâncias são liberadas em nosso organismo quando estamos bem. A endorfina é conhecida como uma morfina natural, ou ainda como um analgésico natural, por sua capacidade de reduzir a dor. Ela ativa nossos centros de prazer, dando-nos uma sensação de bem-estar e até de euforia. É produzida quando realizamos atividades físicas, ou ainda quando rimos, dançamos ou fazemos alguma atividade que nos dá prazer.

Já a oxitocina é definida como o hormônio do abraço – do contato físico e social – bem como um ansiolítico natural. É uma substância que nos acalma e nos ajuda a ter confiança. Nós a produzimos quando passamos algum tempo com pessoas das quais gostamos, em especial quando trocamos beijos, carícias e chegamos ao orgasmo. A meditação também é uma maneira de favorecer sua produção.

Para a serotonina está reservado o título de antidepressivo natural. Como se concentra no intestino, sua produção é favorecida por uma dieta saudável. A exposição ao sol é outra maneira de aumentarmos sua ação.

Por fim, a dopamina é relacionada a pequenos prazeres na vida e à motivação. Seu lado traiçoeiro é que, ao buscarmos prazeres momentâneos, nos esquecemos das consequências a longo prazo. Exercícios físicos e noites bem dormidas são maneiras de estimular sua produção.

 

QUATRO ATITUDES PARA SE SENTIR FELIZ

Ainda que essas quatro substâncias nos ajudem a entender o que acontece em nosso cérebro quando estamos felizes, Sara Teller adverte que a felicidade não é exatamente um processo simples. “Somos continuamente bombardeados por instantes de suposta felicidade”, disse ela ao jornal El Correo.

A neurocientista prosseguiu: “Nas redes sociais só vemos caras sorridentes, vidas nas quais parece que todo mundo é feliz. Não me parece mau que se mostre esse lado das pessoas, porque a alegria contagia, mas também devemos ser conscientes de que é só uma cara entre as muitas que temos. A mim, sinceramente, a palavra felicidade gera muita pressão.”

Seu parceiro no livro, Ferran Cases, tem, ele próprio, uma experiência dramática cuja superação o levou ao tema da felicidade. Na adolescência, Cases começou a ter ataques de pânico que o fizeram passar anos trancado em casa e lhe causaram uma paralisia corporal. Médicos, psicólogos, dietas e atividades físicas o levaram a se curar e a explorar o que é preciso para se sentir bem.

“O segredo do bem-estar emocional a que todos aspiramos está no equilíbrio”, afirmou ele. “Quando, por fim, consegui superar as crises de ansiedade que sofri durante quinze anos, me senti tão poderoso que me via vencedor em tudo e comecei a tentar sentir felicidade em cada segundo de minha vida. É verdade que ganhei em autoestima e segurança, mas daí a estar feliz de maneira permanente há um grande caminho. Entre outras coisa, porque é impossível.”

As lições dos dois autores para se sentir feliz podem ser resumidas nas seguintes atitudes:

  • Viva o presente: Não gaste muita energia pensando no passado ou no futuro. Procure administrar o estresse e o medo quando eles se manifestarem, aceitando que são emoções passageiras.
  • Seja resiliente: Não tente controlar aquilo que você não pode controlar. A ciência indica que 40% do nosso temperamento tem origem genética, mas que os 60% restantes são controláveis por experiências vividas.
  • Tenha experiências novas: Não fique preso a hábitos, sensações ou lembranças. Isso gera desânimo e pensamentos negativos. Quem não muda a rotina, não evolui.
  • Ponha bom humor em sua vida: A rigidez mental gera ansiedade. Bom humor é sinal de saúde mental.

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