É difícil associar dinheiro a espiritualidade? Não para a terapeuta carioca Amélia Clark. Com formação em marketing, psicanálise pós-junguiana e leitura de aura, ela tem se dedicado a identificar essa conexão, bem como a explicá-la. Nesta sexta-feira, Amélia estará na I Jornada de Transformação Revolution Club apresentando a palestra “Dinheiro e espiritualidade – mapeando o dinheiro como ferramenta energética”.
Esse conhecimento começou com uma reviravolta vivida por ela há doze anos, quando trocou a vida no Rio de Janeiro por uma ecovila em Piracanga, na Península de Maraú, Bahia. “Um lugar lindo, de natureza exuberante e belos projetos”, atesta. A ideia era participar de um movimento que ajudasse a transformar o planeta.
Na época, Amélia começava a estudar a leitura da aura – nosso campo energético, tal qual uma biblioteca de nossas vidas. “Quando a gente lê a aura de alguém, entende seu momento presente e a causa e o efeito das situações”, diz ela.
Ao treinar essa leitura entre os moradores da ecovila, o que mais chamou sua atenção foi encontrar pessoas conectadas à natureza, ao próximo, mas desconectadas da matéria. “Li auras de quem tinha muito dinheiro e nenhum problema com dinheiro. De gente com muito dinheiro e muito problema com dinheiro, ou com um pouco de ambos”, conta.
O SOL COMO METÁFORA DO DIVINO
A maior surpresa foi começar a vislumbrar uma conexão entre dinheiro e Deus: “Entre os que tinham facilidade de prosperar financeiramente, eu via a energia do dinheiro como um sol dourado. Fiquei impressionada com o quanto a energia do dinheiro podia ser algo bonito.”
A conclusão foi de que o Sol é uma metáfora do divino. “O Sol representa Deus por ter muita energia. Quando o dinheiro está em boas mãos, há essa alta frequência parecida com a do Sol, porque ele é uma ferramenta que lhe ajuda em qualquer coisa, acelera a chegada do seu sonho de vida”, afirma.
Amélia acredita que o homem está encarnado para experimentar a matéria, porque esse é o mundo da matéria: “Ele está aqui para viver, pelos seus sentidos, por sua divindade interna, pela interação entre a matéria e os seres humanos.”
Dinheiro também pode atrapalhar, diz a terapeuta, se você não tiver uma relação equilibrada com ele. “Se direcionar essa energia para algo negativo, gera coisas fortes, como as guerras.” Dependendo da intenção, a alta frequência dourada do dinheiro pode virar para baixo, “porque ele é ligado ao livre-arbítrio do homem”, explica.
LEIS DA ATRAÇÃO E DA ABUNDÂNCIA
Amélia observa pessoas que bloqueiam a energia e o fluxo do dinheiro em suas vidas para evitar a realização. O raciocínio é: “Se eu me realizar, terei certeza de que vou fracassar, o que vai doer muito.” Isso a levou a estabelecer parâmetros baseados em três tipos de crenças que constatou.
“A primeira crença é a da escassez, inerente a todos, sobretudo aos ricos. É assim: tenho, mas não o suficiente, preciso ter mais. Ou, tenho, mas vai acabar, preciso ter muito mais. Ou, não tenho e nunca vou ter. São pessoas que não se sentem merecedoras.” A segunda é a de que o dinheiro é sujo, errado e só atrapalha. E a terceira, a de que o dinheiro só pode vir com muito sacrifício e esforço.
Tudo isso vai contra o que Amélia percebe: a existência das leis da atração e da abundância. “Todo mundo tem uma linha da abundância, como uma estrada de prosperidade. Mas alguns a têm mais desenvolvida do que outros, o que gera mais facilidade para alcançar a prosperidade.”
Em tempos de pandemia, a terapeuta lembra que vivemos uma muito estudada virada de era. “Isso pode causar muitos desequilíbrios. O coeficiente de luz deve aumentar, ampliando a visão para coisas que antes as pessoas não viam.”
Para Amélia, “tudo isso é para o ser humano ver o que acontece, por exemplo, com a natureza. Ela nos dá tudo e a destruímos por causa do consumo. A pandemia é uma oportunidade para as pessoas olharem para suas próprias sombras, o que não é nada fácil.”
Celina Côrtes é jornalista, escritora e mantém o blog Sair da Inércia.