Seria o mundo capaz de zerar as emissões de carbono em trinta anos, contados a partir de agora? Esta é a meta da campanha Race to Zero (Corrida para o Zero), lançada pelo secretariado da ONU para o Clima por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho. O objetivo é obter ações mais incisivas de governos, empresas e instituições para o combate às mudanças climáticas. Com isso, as emissões seriam zeradas até 2050.
A ONU procurou injetar otimismo ao lançar a Race do Zero, afirmando que a campanha já está sendo abraçada por 449 cidades, 21 regiões, 505 universidades, 38 grupos de investimento e 992 empresas – entre as quais Microsoft, Rolls-Royce, Nestlé, PepsiCo e Iberdrola. Os atuais participantes seriam responsáveis por quase um quarto das emissões de carbono no mundo. Eles abrangem 120 países e representam a maior aliança já formada para reduzir as emissões a zero.
Pandemia reduziu níveis de carbono
Especialistas consideraram ambiciosa a meta da campanha, em meio às dificuldades da ONU para implementar os termos do Acordo de Paris. Assinado em 2015 por 195 países (mas não ratificado por todos), o tratado visa a manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius. Em 2017, porém, o governo de Donald Trump anunciou que os Estados Unidos – o segundo maior emissor de carbono, depois da China – iriam se retirar do acordo, intenção também manifestada pelo presidente Jair Bolsonaro.
A pandemia do coronavírus resultou em redução dos níveis de emissão de carbono, em grande parte devido à paralisação de indústrias e à redução do uso de transportes. Mas cientistas alertaram que o efeito é momentâneo e chamaram a atenção para o maior uso de eletricidade por pessoas que passaram a ficar mais tempo em casa.
Dados de 2017 indicam a emissão anual de 25 milhões de toneladas de gases causadores do efeito estufa – em especial o dióxido de carbono – no mundo. O resultado é a alteração do clima do planeta, com episódios de temperaturas extremas. Os últimos quatro anos foram marcados pelas mais altas temperaturas já registradas.
Medidas que você pode tomar
O caminho para proteger o clima é adotar tecnologias de baixo carbono em áreas como transportes, construção, agricultura e geração de energia. As ações benéficas incluem a redução do uso de combustíveis fósseis (como gasolina e diesel), a priorização de energias renováveis (como aquelas provenientes de sol e vento) e melhores técnicas de refrigeração, calefação e revestimento de edifícios.
Embora as indústrias possam ser consideradas os grandes vilões do aquecimento global, é bom lembrar que ações individuais também podem contribuir para evitar o aquecimento global. Eis algumas medidas que você pode tomar para reduzir – direta ou indiretamente – suas pegadas de carbono, ou seja, a quantidade de dióxido de carbono que produz:
- Reduzir o consumo de energia elétrica;
- Utilizar lâmpadas de LED;
- Evitar viagens aéreas;
- Diminuir o consumo de gasolina e diesel;
- Comer menos carne bovina;
- Reduzir o uso de produtos de plástico, como sacolas, canudos e copos.
Bruno Casotti é jornalista e tradutor.