Ao contrário do que a comunidade médica determinou anos atrás, a obesidade não é o resultado do consumo excessivo de calorias, principalmente entre as crianças. As bactérias intestinais e suas interações com células imunológicas e órgãos metabólicos, incluindo tecido adiposo, desempenham um papel fundamental na obesidade infantil. Portanto, melhorar a ação bacteriana na flora intestinal é fundamental para reverter esse quadro.
No mundo todo, a porcentagem de crianças e adolescentes afetados pela obesidade mais do que triplicou desde a década de 1970. A obesidade está aumentando a uma taxa de 2,3% a cada ano entre crianças em idade escolar, o que é inaceitavelmente alto e indica perspectivas preocupantes para a saúde dos jovens.
A principal causa para o desequilíbrio da flora intestinal se dá ainda no útero. A interação entre o microbioma intestinal e as células imunológicas é transmitida durante a gestação, um importante fator de risco para a obesidade infantil. A saúde da mãe, dieta, nível de exercício, uso de antibióticos, tipo de parto (natural ou cesárea) e alimentação (fórmula ou leite materno) também afetam o risco de obesidade em seus filhos.
Entender melhor o papel do microbioma intestinal e da obesidade – nas mães e nos filhos – ajudará os cientistas a projetar estratégias preventivas e terapêuticas mais bem-sucedidas para controlar o aumento da obesidade em crianças.