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Drive-in e afins: as facilidades do carro em alta

A pandemia do novo coronavírus ressuscitou um entretenimento que andava adormecido desde os anos 1990: o cinema drive-in. As opções desse tipo de diversão se multiplicaram de tal forma que os espaços ao ar livre ocupados – e compartilhados – dentro do carro passaram a ser disputados Brasil afora não só para a projeção de filmes, mas também para shows e outros eventos. O automóvel também está presente em campanhas de vacinação e testes para Covid-19 – realizados na modalidade drive-thru – e na alternativa que lojas de shopping centers passaram a oferecer a seus clientes: pagar e receber a compra dentro do veículo, no estacionamento.

De todas as iniciativas do tipo, a mais original parecer ser a de Veneza. A cidade italiana passou a oferecer cinema em suas tradicionais gôndolas. Terá chance de sucesso a campanha “Puxe uma gôndola e assista a um filme”? Supõe-se que para moradores, sim. Difícil imaginar um turista trocando o passeio aquático em meio a deslumbrantes construções de arquitetura bizantina por uma tela de cinema a bordo da embarcação.

Batizado de Barch-in, o projeto teve estreia no fim de julho com a exibição de O grande truque, de Christopher Nolan. Reúne cinquenta embarcações, presas a boias, a cinco metros de distância uma da outra. A lotação é de duzentas pessoas, os ingressos são gratuitos e as reservas, obrigatórias.

 

PIPOCA EM EMBALAGEM HIGIENIZADA

No Rio de Janeiro, a reinauguração do drive-in da Lagoa Rodrigo de Freitas, em julho, teve sabor de nostalgia. O espaço, fechado em 1993, foi o primeiro cinema a céu aberto da cidade. Agora, a prática do distanciamento social o torna uma opção de diversão para os cinéfilos. A sessão de cinema pode incluir pipoca e outras opções de cardápio compradas por meio do aplicativo Nada Pay. Tudo em embalagem higienizada, naturalmente.

O Rio conta com mais três opções de drive-in: na Cidade das Artes, na Jeunesse Arena e no estacionamento do Barra Shopping. A cidade de São Paulo já tem dez, entre os quais o Paradiso, o Arena Estaiada, o Morumbi, o Belas Artes e o Allianz Parque. Este último anuncia uma programação de shows, incluindo Ana Carolina, em 29 de agosto, e Paralamas do Sucesso, em 12 de setembro. Experiências semelhantes se repetem em estados como Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.

Nessa mesma linha de evitar aglomerações e viabilizar o funcionamento de shoppings, a prefeitura de Salvador foi uma das primeiras do país a autorizar serviços de drive-thru e delivery nesses locais. É uma maneira de manter em atividade os grandes espaços comerciais. Os clientes podem fazer compras por canais digitais e recebê-las em pontos do shopping ou em casa. Lojistas aplaudiram a iniciativa, que, no entanto, não chegou a atrair o desejado volume de consumidores após quatro meses consecutivos de vacas frias.

Para a campanha de vacinação contra a gripe, o Rio adotou o drive-thru. Testes rápidos de sorologia para Covid-19 têm sido realizados de forma semelhante: as pessoas fazem um cadastro, pagam e se submetem aos exames sem sair do carro.

Resta saber se o drive-in voltou para ficar ou cairá no esquecimento quando a pandemia passar. Afinal, a prática vai contra outra tendência comum em cidades do mundo inteiro: abolir o uso do carro – em geral, por motivos econômicos e ecológicos.

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