Os profissionais de tecnologia continuam sendo campões na modalidade, mas só faz crescer o número de setores em que trabalhadores vêm optando pelo anywhere office – o escritório em qualquer lugar. Impulsionada pela pandemia, a prática do home office tem levado muita gente a passar boas temporadas em diferentes lugares, e sem parar de trabalhar. Ou seja, se você trabalha em casa, é fácil adotar o anywhere office.

Um levantamento do site Vagas.com mostrou que os setores mais adaptados ao home office são: consultoria, educação, finanças, gestão empresarial, seguros, telecomunicações e, é claro, tecnologia. E o que não falta é empresa fechando escritórios e adotando o trabalho em casa – o que implica redução de custos para os donos e comodidade para os funcionários.

Um relatório da empresa Sodexo indicou que flexiblidade é o segundo benefício mais desejado por profissionais brasileiros, perdendo apenas para o plano de saúde, o que vai de encontro à tendência. Nos Estados Unidos, um relatório da consultoria MBO Partners mostrou que o número de pessoas que adotaram o anywhrere office aumentou 50% no primeiro ano da pandemia.

O onipresente Airbnb tem sido um forte incentivador dessa turma de nômades, oferecendo moradias temporárias por preços variados. O próprio CEO da plataforma de hospedagem, Brian Chesky, anunciou que fecharia seu escritório para passar a vida trabalhando em vários lugares.

DICAS PARA QUEM PRENTENDE ADOTAR ANYWHERE OFFICE

Especialista em tecnologia, Patrícia Travassos afirmou à CNN Brasil que a adoção do anywhere office está levando muita gente a mudar de país. Ela citou um programa do governo da Estônia que oferece identidade digital a empreendedores e freelancers dispostos a atuar no mercado europeu, “mesmo sem endereço fixo por lá”. Segundo Travassos, novecentos brasileiros usam o programa e já abriram duzentas empresas.

A analista digital Marcela Menasce contou à Forbes que, ao saber que sua empresa retomaria as atividades presenciais, optou por mudar de emprego, trocando uma grande instituição financeira por uma startup. Desde que deu início ao novo trabalho, ela já passou longas temporadas em nada menos que 18 cidades brasileiras.

“É possível ser CLT e nômade ao mesmo tempo. Mas você tem que ter em mente que não está em férias constantes”, afirmou Menasce, chamando atenção para um desafio comum a qualquer pessoa que opta pelo anywhere office: manter o ritmo de trabalho em lugares com frequência atraentes, que convidam à diversão.

Ricardo Moreno, fundador da plataforma de conteúdo The Summer Hunter, comentou: “Prefiro passar mais tempo em cada cidade que escolho para não sofrer aquela ansiedade de conhecer o local e os pontos turísticos logo de cara, porque isso acabaria influenciando o tempo que dedico ao trabalho de fato.”

Recém-instalado em Florianópolis para passar um mês, Moreno afirmou ainda: “Cheguei há três dias, mas ainda não fui ver o mar pois tenho algumas entregas de trabalho. Não tenho a pressa de ir conhecer o lugar pois sei que terei mais tempo.”

Para quem pretende trabalhar em anywhere office, a Forbes deu três dicas valiosas:

• Mantenha a rotina: Independentemente de onde esteja, estabeleça e cumpra horários de trabalho – bem como de exercícios e alimentação. E cuidado para não se entregar a passeios, restaurantes e noitadas. Você pode acabar falindo!
• Fique mais tempo: Uma longa permanência permite encontrar tempo para conhecer melhor o lugar, e se adaptar à vida ali sem abrir mão da rotina. Isso também evita o estresse de viagens muito frequentes. Fique pelo menos duas semanas no mesmo lugar.
• Evite grandes centros: Cidades menores e lugares menos turísticos podem doer menos no bolso. Em geral, também favorecem negociações de valor para hospedagens longas.

Com informações de artigo de Bruno de Lima para a Forbes.