Em tempos de coronavírus, pode parecer um sonho se isolar do mundo hospedado numa estação espacial. Sim, por enquanto é pura fantasia. Mas em 2027 a empresa aeroespacial Orbital Assembly Corporation (OAC) pretende inaugurar a Voyager Station, um hotel localizado na órbita baixa da Terra, bem longe de toda a contaminação do planeta.
O projeto do hotel espacial prevê uma estrutura em forma de roda que permanecerá girando constantemente de forma a manter uma gravidade artificial. A estação ficaria a uma altura variável entre 160 e 2 mil quilômetros acima do nível do mar.
Em comunicado, a OAC afirmou que a Voyager Station acomodará tanto membros de agências espaciais que estiverem realizando pesquisas e treinamento quanto turistas dispostos a “experimentar a vida em uma grande estação espacial com o conforto da baixa gravidade e a sensação de um bom hotel”.
A intenção da empresa é atrair turistas endinheirados que prezam pelo luxo e conforto e lhes proporcionar os encantos de um cruzeiro de navio. Só que, em vez da imensidão do mar, eles poderão admirar o espaço sideral. No lançamento do projeto, a empresa informou que será possível reservar uma acomodação por períodos de uma semana a um mês. E ofereceu uma participação nos negócios a investidores interessados.
A Voyager Station teria capacidade para até quatrocentos hóspedes. As diferentes acomodações previstas incluem suítes para casal e unidades para até 16 pessoas, com cozinha e três banheiros. As acomodações teriam vista para o espaço e os hóspedes poderiam usufruir de cinema, academia de ginástica, quadra de esportes, spa, salas de espetáculo, restaurantes, bares, bibliotecas e salas de observação da Terra.
ROBÔ GIGANTE CONSTRUIRIA A ESTRUTURA
Na academia de ginástica, os hóspedes poderiam se exercitar na esteira observando a Terra a as estrelas girando abaixo deles. O teto da quadra de esportes teria sete metros de altura. Por causa da gravidade, praticantes de basquete poderiam dar saltos bem mais altos para encestar a bola. Por outro lado, as corridas ficariam mais lentas. Também por conta da gravidade, experiências banais como banho de chuveiro e uso de sanitário seriam diferentes.
O primeiro passo para a concretização do projeto será enviar ao espaço um robô gigante para montar a estação. O início da construção está previsto para 2025. O custo não foi revelado, mas, a título de comparação, a Nasa (agência espacial americana) gastou cerca de US$ 150 milhões para construir uma estação espacial com capacidade para receber seis astronautas.
O CEO da OAC, John Blincow, disse que a Voyager Station dará início à “próxima revolução industrial”. Para isso, a empresa pretende reunir a experiência de engenheiros e outros profissionais, inclusive da Nasa.
Para testar a viabilidade da gravidade artificial do projeto, a OAC construirá um protótipo da estação em órbita baixa. Com 61 metros de diâmetro, é projetado para girar e criar gravidade artificial. A OMC se intitula a primeira empresa de construção espacial de larga escala.