Na televisão e no cinema encontramos diversos exemplos de relacionamentos cheios de idas e vindas, em que as duas partes enfrentam dificuldades até encontrarem o equilíbrio e enfim ficarem juntas. Embora seja divertido acompanhar as histórias desses casais, na realidade, repetir esse comportamento é ruim para a sua saúde mental. Uma pesquisa recente da Universidade de Missouri analisou esse padrão, e aconselha as pessoas a não repetirem essa história.
A pesquisa analisou 500 pessoas que no momento estavam em um relacionamento. Os pesquisadores descobriram que um aumento no rompimento e na reunião dos casais estava associado a mais sintomas de sofrimento psicológico, como depressão e ansiedade. Isso vale tanto para casais heterossexuais quanto homossexuais.
Mas, segundo a pesquisa, romper e voltar a ficar juntos nem sempre é um mau presságio para um casal. Em casos isolados, a separação pode ajudar os parceiros a perceber a importância de seu relacionamento, contribuindo para uma união mais saudável e comprometida. Por outro lado, os parceiros que transformam esse comportamento numa dinâmica estabelecida sofrem mais com o impacto negativo das suas ações.
Quebrando o padrão
Pesquisas anteriores já haviam apontado que 60% dos adultos nos Estados Unidos estão envolvidos em relacionamentos instáveis, e que cerca de 1/3 dos casais que moram juntos já se separaram e se reconciliaram em algum momento. Cruzando essas informações, percebeu-se que quem segue esse padrão é mais vulnerável a abuso doméstico, possui maiores dificuldades de expressar seus sentimentos e no geral, apresenta um nível mais baixo de comprometimento.
Parceiros se separam e se reúnem por várias razões; um motivo comum é a necessidade ou a praticidade. Por exemplo, uma pessoa pode permanecer em um relacionamento por motivos financeiros ou parceiros podem ficar juntos porque sentem que investiram muito tempo em seu relacionamento. No entanto, os pesquisadores aconselham as pessoas a tomarem decisões mais sensatas sobre como estabilizar ou terminar de forma segura sua união. O foco deve ser a dedicação que esperam dar aos seus parceiros, e não nas obrigações que permeiam esses relacionamentos.
No geral, se os parceiros conseguem ser honestos quanto à existência desse padrão no seu relacionamento, é possível encontrar os caminhos para evitar o processo destrutivo que essa tendência acarreta. Isso é vital para preservar o bem-estar dos envolvidos.
Alguns conselhos
Os pesquisadores enumeraram alguns sinais de alerta e formas possíveis de contornar essa situação:
- Ao considerar a reativação de um relacionamento que tenha terminado ou para evitar futuros rompimentos, os parceiros devem pensar nos motivos pelos quais eles se separaram para determinar se há problemas consistentes ou persistentes que afetam o relacionamento.
- Ter conversas explícitas sobre problemas que levaram a rupturas pode ser útil, especialmente se os problemas voltarem a ocorrer. No entanto, se alguma vez houve violência no relacionamento, ou se conversar sobre problemas de relacionamento possa ser potencialmente perigoso para você, considere a possibilidade de procurar serviços de apoio e segurança social.
- Assim como pensamos sobre os motivos pelos quais o relacionamento terminou, procure pensar nas razões pelas quais a reconciliação seria uma opção. A razão está enraizada no comprometimento e nos sentimentos positivos, ou em obrigações e conveniência? Uma motivação utilitária pode levar a um quadro de angústia continuada.
- Lembre-se de que não há problema em terminar um relacionamento tóxico. Por exemplo, se o seu relacionamento está além do reparo, não se sinta responsável pelo bem-estar mental ou físico da outra parte.
- Terapia de casais ou aconselhamento de relacionamento não são apenas para parceiros à beira do divórcio. Casais felizes podem se beneficiar dessa alternativa a fim de fortalecer sua conexão. Além disso, a opinião profissional pode ajudar a esclarecer questões importantes nos momentos de transição no relacionamento.