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Inflamações crônicas no intestino: novo tratamento a vista

Às vezes, o fim de uma infecção intestinal é apenas o começo de problemas de saúde mais graves e dolorosos. Pessoas que contraem uma colite numa viagem por exemplo, podem desenvolver a síndrome do intestino irritável (SII), uma inflamação crônica do trato intestinal, com consequências ruins para seu bem-estar geral e níveis de saúde.

Atualmente, os pesquisadores especulam se esse tipo de episódio pode contribuir para a SII ao danificar o sistema nervoso intestinal. Um novo estudo analisa de perto por que os neurônios no intestino morrem e como o sistema imunológico normalmente os protege.

Morte programada

Em um intestino saudável, o sistema imunológico deve encontrar um equilíbrio entre responder a ameaças e manter essa resposta sob controle. A inflamação ajuda o intestino a evitar uma infecção, mas também pode causar danos duradouros. Os pesquisadores investigaram os mecanismos que impedem que as respostas inflamatórias destruam os neurônios intestinais.

Para entender os efeitos de uma infecção no sistema nervoso, os cientistas investigaram a resposta de uma forma enfraquecida de Salmonella, uma bactéria que causa intoxicação alimentar, e seu impacto nos neurônios no intestino. Eles descobriram que a infecção induzia uma redução duradoura dos neurônios, correlacionada a genes que expressam inflamações crônicas.

Essa resposta pode levar as células a sofrerem uma morte celular programada, já documentado em outros tipos de células, mas nunca em neurônios. Os pesquisadores acreditam que esses neurônios intestinais podem ser os únicos a morrer dessa maneira.

A importância de um outro tipo de célula: os macrófagos

Ainda não está claro exatamente como a inflamação faz com que os neurônios se desliguem, mas os cientistas já têm pistas sugerindo que pode ser possível interferir no processo. A chave pode ser um conjunto especializado de células imunológicas do intestino, conhecidas como macrófagos musculares.

Essas células expressam genes de combate à inflamação e colaboram com os neurônios para manter os alimentos em movimento por meio do trato digestivo. Se esses neurônios morrem, como ocorre em uma infecção, um possível resultado é a constipação intestinal.

Os macrófagos possuem um certo tipo de molécula receptora que recebe sinais de estresse liberados por outro conjunto de neurônios em resposta a uma infecção. Uma vez ativado, esse receptor leva o macrófago a produzirem moléculas chamadas poliaminas, que podem interferir no processo de morte celular.

Voltando ao normal

Em outros experimentos, os pesquisadores descobriram que a infecção por Salmonella altera a comunidade de micróbios intestinais. Mas, quando a flora intestinal volta ao normal, os neurônios se recuperaram.

Aliando esta informação ao conhecimento recente sobre os macrófagos e poliamina, pode-se desenvolver formas de interromper o processo inflamatório que mata os neurônios intestinais, aliviando as inflamações e prevenindo problemas crônicos. Os cientistas sugeriram que essas mudanças podem vir por dietas específicas, ou por meio do restauro direcionado de comunidades microbianas intestinais.

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